O drama de perder uma pessoa de que se gosta muito não é nada fácil, mas salvar vidas através desse acontecimento pode fazer com que os familiares de alguém que partiu se sintam muito melhores. Esse é o caso da família do agricultor Ângelo Fernando Silveira, conhecido como "Gélo", do bairro Barracão, no município de Içara.
Gélo era hipertenso e, há cerca de uma semana, sofreu um Acidente Vascular Cerebral hemorrágico (AVC) e acabou falecendo.
Conhecido popularmente como "derrame cerebral", o AVC é a terceira causa de morte em vários países do mundo e a principal causa de incapacitação física e mental.
Mesmo tendo que lidar com a perda de um ente tão querido, a família juntou forças para ajudar a quem espera por órgãos para continuar a viver. "Ele sempre foi a favor da doação. Nós só fizemos a vontade dele", conta Márcia Fernando Silveira, filha do agricultor.
Segundo familiares, nos últimos dias, Ângelo estava ainda mais interessado no assunto, pois acompanhou todos os detalhes do caso da garota Eloá, que foi seqüestrada pelo namorado em São Paulo e teve os órgãos doados depois que faleceu no hospital. "Ele ficava assistindo tudo o que passava sobre doação de órgãos na televisão. Até chamava os filhos para assistirem com ele.Às vezes, corria até lágrima de seus olhos", conta Vandir Inácia Silveira, mulher de Gélo, que concordou com a doação.
Um ato de amor
Ângelo estava em casa assistindo televisão quando sofreu o derrame. Foi levado ao Hospital São Donato, em Içara, onde o encaminharam para o São José, em Criciúma. Lá, não resistiu e acabou falecendo, logo em seguida.
Assim que foi declarada a morte cerebral do agricultor, o pessoal da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos já entrou em contato com a família. "Eles foram muito cuidadosos e não nos obrigaram a nada, apenas fizeram os esclarecimentos técnicos para que pudéssemos escolher", conta Márcia.
Como a decisão já havia si-do tomada por Gélo, a resposta foi rápida. "Toda a família concordou, já que ele admirava esse ato de amor", diz.
Foram captados rins, fígado, córneas e válvulas cardíacas, que podem ter beneficiado cerca de dez pessoas. "Para nós era um momento de dor, mas pelo menos, nós conseguimos levar alegria a outras pessoas", conta a filha.
Segundo ela, o importante nessas horas é manter a razão, mesmo em meio a tanto sofrimento, para que outros possam ser beneficiados.
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