Edição 1.818: EDITORIAL - Justiça a serviço de quem

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie negou habeascorpus a um homem condenado a um ano e seis meses, a ser cumprido em regime semiaberto, por ter furtado cinco blusas infantis no valor total de R$ 10,95. As peças de roupa foram devolvidas posteriormente à vítima.
Já teve outros casos de cidadãos que roubaram um litro de pinga ou R$ 1 e ficaram presos por mais de um ano. Muitos destas pessoas conviveram com ladrões e assassinos de alta periculosidade.
Em Criciúma, um homem, que sofria de doença mental, foi preso por ter cometido ato libidinoso conta uma criança. A família tentou transferilo para a Casa de Saúde Rio Maina, mas o pedido foi negado pela justiça. Resultado: o homem foi morto na cadeia.
Mas cadê a justiça nos casos do mensalão, das propinas dos Correios, do dinheiro desviado pelos políticos em Brasília, pelo Paulo Maluf, José Sarney, e muitos outros políticos deste país.
A justiça tem se esforçado, mas muito pouco tem feito nestes aspectos. Em muitos casos o simbolo da justiça, com a tarja nos olhos, tem muito. Ela tem que deixar de ser miope e começar a enxergar os males que estão fazendo com esse país. Punir, com rigor, principalmente aqueles que se blindam atrás da lei e se sentem poderosos, o que é uma injustiça.