O cartunista Glauco Villas Boas, ou simplesmente Glauco, de 53 anos, criador de vários personagens que retratavam com bom humor conflitos urbanos, e o filho Raoni, de 25, foram mortos.
Paranaense de Jandaia do Sul, Glauco Villas Boas nasceu no dia 10 de março de 1957. Cartunista renomado, foi descoberto, no ano de 1976, em Ribeirão Preto por Hamilton Ribeiro, que publicou as tirinhas no jornal Diário da Manhã. No ano seguinte, foi premiado no Salão internacional de Humor de Piracicaba, sendo que o júri era formado por Jaguar, Millor Fernandes, Henfil e Angeli.
Começou a publicar os trabalhos no jornal A Folha de São Paulo, e dentre os per-sonagens mais importantes estão o Geraldão (um solteiro de 30 anos que vive com a mãe, anda pelado pela casa o tempo todo, viciado em remédios, cigarros e bebidas); o Casal Neuras (formado por uma mulher dominadora e um homem que morre de medo dela); o Doy Jorge (um roqueiro mal sucedido que deixou-se levar pelas drogas pesadas e a Dona Marta. Também participou do elenco de redatores dos programas TV Pirata e Colosso.
Sua marca registrada era o humor ácido, piadas rápidas, traços limpos, retratando problemas como os conjugais, neurose, solidão, drogas e violência urbana de uma forma huma-nizada e mais leve.
Além disso, era religioso e místico, frequentando o Santo Daime, fato que levou o colega e grande amigo Angeli, a criar os personagens Glauquito e Rha-lah Rikota, como forma de brincar com o lado espiritual do cartunista.
Vale ressaltar que ele, Angeli e Laerte trabalharam na revista “Chiclete com Banana”, onde além das histórias individuais, dividiam os traços nas histórias “Os três amigos”.
Contudo, na sexta-feira, dia 12 março, o cartunista foi morto, as 53 anos, com cinco tiros, durante um assalto em sua casa, na cidade de Osasco/SP. O filho Raoni, de 25 também morreu atingindo por disparos, enquanto tentavam convencer os bandidos a desistirem do assalto, que aconteceu dentro da comunidade Céu de Maria, habitada por adeptos do Santo Daime.
Um dos assaltantes, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, de 24 anos, e que confessou ser o assassino de Glauco, foi preso quando tentava atravessar a fronteira de Foz do Iguaçu, no Paraná, com o Paraguai, atravessando a Ponte da Amizade. Ele também já havia frequentado a igreja e era conhecido de Glauco, a quem pedia conselhos.
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