(Arquivo/Jornal Içarense)
O preço do feijão, item essencial na mesa do brasileiro, poderá triplicar nos próximos três meses. Conforme dados do Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe), no início deste mês a saca do grão aumentou 73, 91%.
A saca do produto, que em 2009 era vendida a R$ 86, poderá alcançar a faixa de R$ 100, para cobrir os custos de produção.
Como principais causas do aumento, são apontadas a diminuição de área plantada no país e a instabilidade climática.
Para o presidente da Associação Milho e Feijão de Içara, Renato Réus, os fatores apontados são realidades na região. Ele explica que os agricultores não investem no plantio do grão, em função da interferência do clima.
“Quem tem feijão em Içara hoje, não tem qualidade necessária para consumo. Infelizmente trabalhar na lavoura não depende só da mão humana”, comenta.
Réus diz ainda, que se o preço por saca no próximo a-no for inferior a R$ 80, muitos agricultores vão desistir do plantio do feijão.
Cerca de cinco mil hectares são dedicados ao plantio do feijão no município, que é realizado em fevereiro, após a colheita do fumo, para melhor aproveitamento do adubo.
Na região, a safra em maio deste ano, sofreu perda de 90%, em função das fortes chuvas. Entre os agricultores prejudicados, está Davi Joaquim dos Santos, que perdeu cerca de 20 hectares do grão, provocando um prejuízo de até R$ 40 mil.
O grão alterado pela chuva é destinado à venda para fabricação de ração, mas alguns agricultores ainda mantêm o produto em estoque, por não conseguir realizar a comercialização.
Apesar de ser pouco cultivado no município, a safra do milho tem apresentado bom desenvolvimento.
Segundo Réus, o cereal apresenta mais resistência frente às condições climáticas. “Torcemos para que o preço do feijão reaja e o agricultor se anime para continuar o plantio”, finaliza o presidente da associação.
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