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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
De bem com a VIDA com Jairo MARTINS
Sobras
O ser humano necessita viver o seu melhor. Para viver a plenitude é necessário colocar pra fora os valo-res, dar o seu melhor. Ninguém está disposto a receber o resto do seu tempo. Ninguém se interessa em, apenas ter lacunas preenchidas que são esquecidas da dimensão do tempo.
Nascemos para todo e, do todo extraímos o muito. Ninguém quer a sobra do tempo e, se estamos dispostos a dar as migalhas e os pedaços que restaram, parte de nós irá conviver com o resto também. Ou somos tudo e servimos ou somos enganados e nos contentamos com os farelos.
Não é bom que demos o resto do tempo, a sobra de alegria, o pouco da atenção, pois no esconderijo de nós mesmos está alojado tudo o que podemos fazer, tudo o que poderemos ser, tudo o que poderíamos dizer, mas tanto nós como os outro saciaram - se com as sobras. Deixamos de ser integralmente felizes por não ter coragem de encarar nossas plenitude. Temos receios ficamos com pés atrás e o que laçamos é um pedaço do que queríamos, testando o tempo e as pessoas em suas complexas interpretações. O resto de nosso valor é hipocrisia aos outros. Ser sábio é acrescentar o conteúdo do coração em prol da nobreza do espírito. Assim com não nos contentamos com as sobras dos outros nem com forçados favores, não sejamos nós os multiplica-dores desta visão nem dessa triste forma de viver a vida. Sejamos, acima de tu-do prestativos, com alegrias verdadeiras, com suportes visíveis, com pensamentos transparentes, pa-ra que não hajam enganos.
Não queremos conhecer a metade dos outros ou uma fração do mundo humano, mas servir a ser servidos do melhor. Nada é constituído em base passageiras ou na parcialidade das intenções. Crescem as pessoas que se expõem, que tem coragem de viver sua solidez. Os mesquinhos serão enganados pensarão estar nutridos mesmo estando sedentos de pão. O que será que es-tamos preferindo? Não somos sobras de nós mesmos, nem parte de que não vivemos mas o todo que construímos. A sobra e o resto é para quem não ama, aos outros, e consequente-mente, a si mesmo, logo não vive em paz. A sobra do amor é um troco frio e passageiro. O todo é um universo sem limites. Não há limites para ser feliz.
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