(Daniela Soares/Jornal Içarense)
As condições climáticas contribuem para a safra do fumo, mas o posiciona-mento dos compradores tem prejudicado muitos fu-micultores.
Com produção superior ao último ano na região, grande parte do produto é mantida em estoque na espera pela compra que deve iniciar a partir do dia 6 de janeiro, com exceção de uma única empresa que já iniciou a aquisição.
Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Içara, Jair de Stefani, as empresas alegaram dificuldades na rea-lização de acordo com os clientes, em razão da diminuição de consumo. “Nós orientamos os produtores a desenvolverem outras a-tividades na propriedade para não depender somente do fumo. Com o atraso na compra muitos que têm compromissos saem prejudicados”, diz.
Destefani comenta ainda que as empresas se pronunciaram há pouco tempo, surpreendendo os fu-micultores. “Faltou planejamento”, completa.
A categoria enfrenta ainda negociação de preço do produto. Em reuniões, o sindicato apresentou proposta de reajuste de até 10,87%, que aguarda decisão dos compradores. A-lém da estipulação de uma tabela de valores regular, sendo que no ano passado os preços variavam entre as empresas.
As fumageiras analisam também a solicitação de antecipação de compra do fumo para a Região Sul.
Segundo Destefani, a localidade inicia cedo, em comparação a outras regiões de Santa Catarina, a produção do produto em decorrência das condições climáticas. O receio dos produtores é o armazena-mento do fumo acarrete em perda do produto. “Vemos várias situações em que o produtor perde o fumo estocado, como em vendaval ou incêndio”, salienta.
A expectativa para este ano é que a safra supere 10 mil toneladas de fumo, com ganho previsto aos fumicultores de R$ 60 milhões no município.
“Içara é o terceiro maior produtor de fumo do estado. A atividade é de grande importância na região”, finaliza.
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