(Bruna Borges/Jornal Içarense)
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José João Rabello tem o registro de nascimento em 1º de outubro de 1934, na cidade de Laguna. Porém, nem ele mesmo tem certeza de sua origem. Rabello é fi-lho de mãe solteira, que fa-leceu quando ele era ainda menino. Na juventude foi criado por pais adotivos.
Mesmo com a vida difí-cil, que o empurrava para caminhos tortuosos, até hoje ele guarda e aplica os ensinamentos dos pais.
“De tanto ouvir que ga-rotos na minha situação a-cabavam nas drogas ou na criminalidade, comecei a estudar os casos, ao longo de 40 anos, e vi que não era bem assim. Hoje, aos 76 a-nos, sou uma pessoa de bem, tenho seis filhos, dez netos e dois bisnetos”, diz.
A história de vida de Ra-bello, entrelaçada aos a-contecimentos políticos da época de sua juventude, é contada no livro ‘Sob a Luz do Amor’, que será lança-do na próxima sexta-feira, dia 25, às 19h30min, na Casa da Cultura Padre Ber-nardo Junkes.
“O livro relata, além da minha história pessoal, acontecimentos ligados aos ex-presidentes Getúlio Vargas, João Goulart e Jus-celino Kubitschek. Falo também sobre o golpe mili-tar de 1964, do qual fui víti-ma”, comenta.
José João Rabello, popu-larmente chamado de Zé Rabello, foi eleito vereador de Içara em 1962, pelo PTB. “Assumi o cargo em 1963, ficando até 1966. O PTB foi extinto e ajudei a fundar o MDB, que em seguida tam-bém deixou de existir. En-tão, fui um dos fundadores do PMDB, partido pelo qual me candidatei a pre-feito de Içara em 1982”, conta o político.
Rabello perdeu a eleição para Artur Zanolli, por 23 votos. Em 1985, com o aval de cinco diretórios do par-tido na Região Sul, o ex-candidato a prefeito pas-sou a ocupar o cargo de a-gente da Previdência Soci-al em Criciúma, função que exerceu até se aposentar, em 1991. “Na época, repre-sentantes do Partido da Reconstrução Nacional (PRN), do então presidente Fernando Collor de Mello, pediram que eu assinasse um documento me filiando à sigla. Não aceitei por não concordar com a ideologia partidária deles. Com isso, perdi metade da minha a-posentadoria. Mas, não me arrependo. Dignidade aci-ma de tudo”, fala Rabello.
Para o ex-vereador, nos dias de hoje, todos os par-tidos políticos são iguais. “Antigamente as siglas ti-nham um estatuto, uma i-deologia. Havia os de es-querda, direita, etc. A par-tir do golpe militar, os par-tidos políticos brasileiros passaram a ter ideias igua-is. Agora todos estão coli-gados”, reprova.
Rabello conta que é do tempo em que vereador não recebia salário.
“Em 1962 comprei uma bicicleta para poder ir às sessões da Câmara. Além de não recebermos salário, não ganhávamos condu-ção. Naquela época tam-bém não se gastava em campanha política, como é feito hoje. Atualmente, a grande maioria da popula-ção recebe favores em troca do voto. Acho que cada po-vo tem o governo que mere-ce”, opina Zé Rabelo.
O livro autobiográfico do ex-vereador foi escrito por Gesiel Gonçalves, possui 187 páginas e será publica-do pela Editora Soller.
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