Os professores de Içara explicaram aos pais que o Governo do Estado cortou direitos historicamente conquistados com o objetivo de buscar o discurso de que estava cumprindo o piso.
(Bruna Borges/Jornal Içarense)
No mesmo dia em que os professores da rede pública estadual consideraram-se derrotados, com a aprovação projeto que estabelece salários do magistério, pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), os pais dos alunos içarenses se reuniram na Escola Estadual Salete Scotti dos Santos, no Centro, para ouvir esclarecimentos.
Na reunião, ocorrida na noite desta quarta-feira, dia 13, o clima era de tristeza e indignação por parte dos professores. Os pais presentes compreenderam as reclamações, mas lamentaram o fato de o encontro não ter sido feito antes.
Os professores argumentaram que não esperavam que o Governo do Estado fosse se negar a cumprir a lei e que a greve chegaria a este ponto: 57 dias.
“Fomos derrotados com esta decisão de hoje. Agora, pedimos a compreensão e união dos pais para que possamos formar uma comissão a fim de acusar as ações contra a educação e exigir dos governantes nossos direitos”, ressaltou a orientadora educacional Silvana Goulart Brunel.
Para a professora de História, Márcia Turatti dos Santos, a greve ultrapassou a questão salarial, mostrando que havia desvio do dinheiro que deveria ser aplicado exclusivamente na educação. “Onde está este dinheiro? As reformas nas escolas são feitas com muito sacrifício, com recurso das Associações de Pais e Professores (APPs). Estamos com este ginásio inacabado”, reclamou a professora.
“Estamos indignados com a posição do governo e apoiamos os professores”, disse um dos pais presentes, Jorge Silveira.
Durante a reunião, os pais assinaram um abaixo-assinado a favor da classe.
Márcia coletou os nomes daqueles que se dispuseram a formar uma comissão para ajudar na luta.
O PLC 26/2011, que modifica o valor de vencimento, altera gratificações, absorve e extingue vantagens pecuniárias dos membros do Magistério Público Estadual, ativos e inativos, foi aprovado na sessão ordinária da ALESC quarta-feira, por 28 votos a oito.
Deputados de oposição denunciaram a manobra dos partidos aliados ao Governo Raimundo Co-lombo e prometeram recorrer judicialmente da decisão. O Sinte/SC acionou a assessoria jurídica para análise da forma como ocorreu a votação e pretende buscar a anulação.
O resultado causou polêmica e protestos. Mais de três mil trabalhadores lo-taram a ALESC. Policiais Militares e do BOPE foram chamados.
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