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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Colunista Elza de MELLO

Aquém dos Trilhos Vidas em Crônicas (33)

O calendário destacava a data de 8 de novembro de 1936 na folhinha da parede do tradicional calendário. As famílias se movimentavam para o grande evento do dia que não poderá nunca ser esquecida. As gerações irão se sucedendo, mas, esta data precisa ser comemorada em toda a Região Carbonífera - o dia da inauguração do Hospital São José, em Criciúma, depois de dois anos de trabalho que teve início em 1934.
Conta-se que no dia da inauguração, cerca de cinco mil pessoas visitaram a instituição que contava com 20 quartos; 15 deles destinados aos doentes e cinco delas como sala de operações, curativos, capela, cozinha e administração. Uma grande obra para a década de 30 com recursos obtidos dos 10% sobre os impostos municipais, as contribuições da população e outras doações.
Certamente administrado com muita lisura e com a vontade de quem quer ver o município crescer, e a sua gente ser bem atendida. Assim nasceu o Hospital São Jose!
No dia da inauguração, o esperado dia 8 de Novembro de 1936, a estrada (não se pronunciava ainda o nome de rua) foi toda enfeitada com bandeirinhas e grinaldas. Para animar o evento, sete bandas de música estiveram presentes, reunindo os municípios vizinhos nessa façanha musical. Foi nesse dia também que as Irmãs Escolares de Nossa Senhora, que estavam se estabelecendo em Forquilhinha, receberam o chamado para trabalhar no Hospital e, mesmo sem muita experiência na área da saúde, aceitaram.
E esses 75 anos de existência do Hospital São José também fazem parte da história de vida de muitas pessoas que vieram à luz e se fizeram personalidades em todas as instâncias; outras tiveram as vidas salvas e continuaram a construção da passagem com mais agradecimentos depois de uma longa enfermidade. Mas, o mais gratificante é saber que as famílias foram, e serão, sempre socorridas nas necessidades. A maternidade trouxe tantos criciumenses à vida que não há como negar a relevância do São José em todos os municípios da Região Carbonífera. Ontem e hoje, segundo a Irmã Cecília Martinello, as pessoas sabem que ao virem para o São José, serão atendidas porque é um hospital filantrópico de caráter privado e de utilidade pública. São cerca de mil profissionais atendendo diariamente, contando ainda com médicos residentes, acadêmicos de medicina e de enfermagem estendendo-se pelos 43 municípios da AMREC, AMESC e AMUREL, com uma população estimada em 810 mil habitantes. Este é o sinal da importância do Hospital São José.
Não há como negar que a exploração do carvão mineral, em Criciúma, foi um grande impulso para o desenvolvimento da cidade e, consequentemente para o Hospital São José. O grande fluxo de pessoas em busca de emprego fez com que os criciumenses pensassem na saúde da população e,no caso de doenças, um lugar seguro para tratar os doentes.
Com a administração de Cincinato Naspolini – 1930/1933, houve o planejamento de uma grande meta: educação lazer e saúde do povo. Foi o pontapé inicial para o início do hospital que passou a funcionar em 24 de janeiro de 1934 em um imóvel alugado. De lá para cá, só há desenvolvimento em saúde e crescimento do primeiro hospital na região. Ao São José, nossos votos de muitos anos nos servindo e aos iniciadores da instituição, nossos mais reconhecidos agradecimentos. A história do São José é também de nós içarenses, já que de Criciúma veio o nosso cinquentenário de emancipação político-administrativa.

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