Foi em um auto-exame rotineiro, há cerca de 14 anos, que a hoje secretária Maria da Graça Cardoso de Moraes, de 50 anos, conhecida pelo apelido de Pretinha, percebeu algo estranho em uma das mamas. Segundo ela, ao levantar o braço, já dava para notar o nódulo que se instalou no seio.
Preocupada, foi até um médico em Criciúma, que, depois de exames e consultas, constatou que o caroço era apenas um cisto sebácio. Depois de um mês, a paciente ligou informando que o corpo estranho continuava no local e o médico disse novamente que não havia motivo para preocupação.
Contudo, desconfiada, Maria foi até Florianópolis fazer uma radiografia. "Logo quando saiu o resultado, já me mandaram fazer uma ultra-sonografia". Com o resultado dos exames em mãos, a médica a encaminhou para o mastologista Gilberto Crippa (responsável por tratamento de doenças da mama), que lhe deu o veredicto final: ela estava com câncer.
O impacto do resultado
Logo no corredor do Hospital Carmela Dutra, momentos depois de ter deixado o consultório de Crippa, Pretinha não conseguiu segurar o pranto. "Eu chorei, chorei, chorei...Mas depois olhei para meu marido e minha irmã, que estavam comigo, e falei que aquela seria a última vez que eles me veriam naquele estado", conta, emocionada.
E realmente foi assim. A filha, Gisele Fernandes, que tinha 14 anos na época afirma que em nenhum momento viu a mãe perder a calma. "Na época todo mundo chorava, menos ela. Eu cheguei a escutar uma conversa do meu pai com minha tia, dizendo que estavam com medo de perdê-la. Eles choravam muito. Para mim, ela não ia voltar mais", lembra.
Quando viu a mãe chegar de Florianópolis, estremeceu. "Foi como se ela tivesse ressuscitado, pois todos que haviam contraído a doença na minha família não conseguiram se curar", explica.
Para Pretinha, essa foi realmente a sensação. Depois de uma cirurgia e 25 sessões de radioterapia, ela conseguiu se curar completamente. "Deus me deu forças e a doença me fez aprender muito. Ás vezes os meus familiares não entendem como eu consigo ser tão paciente, mas depois de tudo que passei não vejo motivo para me estressar com coisas pequenas. Hoje dou muito valor a tudo que tenho", afirma.
O câncer é responsável por grande parte da causa de mortes no Brasil. No entanto, ainda é enorme a desinformação da população e a grande maioria das mortes em decorrência do câncer é acometida pelos tipos mais comuns, que poderiam ser facilmente tratados se diagnosticados precocemente.
O Dia Nacional de Combate ao Câncer foi criado em 1988 pelo Ministério da Saúde.
O blog JIdiario agora é portal JInews.com.br, com muito mais interatividade e conteúdo atualizado a todo momento. Acesse e confira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário