O excesso de umidade provocado pelas chuvas de outubro já preocupava os produtores de Içara, que viam grande parte da produção de fumo se perder. Contudo, uma pancada isolada de granizo registrada na tarde de quarta-feira passada trouxe prejuízos que eles não imaginavam.
O granizo pegou poucas partes de Içara. Porém, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Içara, Jair Destefani, foi o suficiente para atingir plantações de quase 100 famílias do município.
O produtor Realdo Dagostim cultiva fumo há 20 anos, na localidade de Poço Três e foi um dos grandes afetados pela verdadeira peça pregada pelo tempo. Ele iniciou o plantio de 85 mil pés de fumo em maio e, desde lá, vem cuidan-do minuciosamente da lavoura para começar a colheita nesta época do ano. "Eu nunca tinha visto algo parecido, só em TV. Vou perder, no mínimo R$30 mil", acredita.
A mulher dele, Maria Gorete, diz que o mais triste é lembrar de tudo o que foi feito para que os pés de fumo chegassem no tamanho que estavam. "Me bateu um desespero de olhar às crianças com a cabeça baixa vendo o estrago", afirma.
Dagostim e a família agora juntam as folhas que sobraram no chão. "Não da para acreditar que temos que juntar isso. A lavoura estava linda de ver e nós íamos terminar a colheita apenas em meados de dezembro", lamenta.
Apesar de todo o estrago e prejuízo incomparável, a família de Dagostim ainda não é das mais afetadas. "Eu ainda tinha uma parte da plantação assegurada. Tem gente que vai ficar anos para conseguir arcar com essas dívidas. O negócio agora é olhar para frente", diz o fumicultor.
As lavouras de fumo foram as mais afetadas, mas as plan-tações de feijão também fo-ram atingidas.
Nesta semana, a Associa-ção dos Fumicultores do Brasil (Afubra) ainda conta os prejuízos em Içara, mas, por enquanto, ainda não há números oficiais.
Segundo o coordenador técnico da Afubra, filial de Araranguá, Guido Ripllinger, estão sendo confirmadas algumas perdas totais em lavouras localizadas nos bairros Poço 3, Linha Candiotto e Terceira Linha.
Com a situação, Destefani enfatiza a importância de segurar as lavouras. "Alguns acham o seguro caro demais, mas ele deve entrar para o custo de produção. A pessoa pode ficar sem usar por anos, mas quando acontece uma dessas, o produtor não perde o chão", afirma.
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