Volto a falar em cultura, desatacando a cultura formal e a cultura informal. Ambas fazem parte da formação do ser humano, hoje aquilatada com a mesma importância. Não é possível negar os valores da cultura informal, desde os primeiros balbucios até a formação do caráter com valores lapidado desde o berço. E são os pais, estes primeiros mestres a trabalharem os aspectos que darão a estrutura de um ser social, participativo e construtor de novos conceitos culturais. Não é em vão o adágio de que quem é bom já vem de berço. Entretanto, também sabemos que as mãos que embala este berço, é a mesma que impulsiona o homem (ou a mulher) para a inclusão no seu meio. É na família que se encontra a fina oficina capaz de lapidar valores para a formação comunitária e social da nação.
Tomo aqui as palavras de Dalva Maria de Lucca Dias: (...) sem história não há como se constituir cidadão, sujeito de seu destino, emancipatório e participante. O “eu histórico” é parte de tantos eus humanos que sonham um país entre iguais. Solidário, democrático, mais justo e mais humano (Revista Comemorativa). E de praxe sabemos que, a primeira história de um ser humano é a história familiar. Só podemos explicar na sociedade o que se passa no seio da família dos cidadãos. Então a cultura informal é a base da formação de um cidadão e, também de uma nação.
Dalva Maria de Lucca Dias, ao se reportar sobre a EEB. Salete Scotti dos Santos, e a atuação como professora no Ginásio Normal Dom Jaime de Barros Câmara, criado pelo governo do Estado, Celso Ramos, cita a presença atuante do pai, o saudoso comerciante Jorge Elias de Luca, ao qual é carinhosamente denominado, (com muita justiça): “um homem adiante do seu tempo e uma liderança política incontestável.” Isto vem reforçar a importância da família na participação da educação dos filhos. Mostra também o valor de um líder em uma comunidade. E mostra, sobretudo, que a realização de nossos sonhos só será possível se nos empenharmos de corpo e de alma. Nada é impossível para quem deseja verdadeiramente, pois até o universo parece conspirar para a realização de um sonhador.
Em nossas localidades, a escola sempre foi um centro cultural em todos os sentidos: festas, cursos, reuniões, catequese, até mesmo a biblioteca. Foi o Grupo Escolar Antônio João que me possibilitou as leituras que a condição econômica de minha família não permitia. E como eu, muitas pessoas tiveram acesso ao recurso cultural mais completo das décadas anteriores.
Eram as festas juninas que aproximava as famílias de todos os níveis sociais e econômicos, e todas as faixas de idade. O folclore junino era o ponto alto da festa, e o evento cultural fazia a integração familiar.
Todavia, se a história é um registro dos feitos de um tempo para as novas gerações, a prática pedagógica de quem está à frente da educação é uma marca fidedigna de historicidade. São os educadores que recebem crianças com a mais autêntica bagagem familiar; ou os jovens com os sonhos mais autênticos. Educadores e pais são formadores de conceitos capazes de conduzir pela vida escolar, sonhos de formação que enobrecem uma nação.
Sonhos e conceitos de uma vida escolar deixam marcas na direção tomada na caminhada da vida. Não é difícil vermos personalidades nacionais mencionando educadores que marcaram suas vidas, e iluminaram as decisões que fizeram a sua projeção social.
Isto é fruto da educação nos dois níveis: informal e formal, pois há também os que tiveram a projeção social e se acham os únicos donos da bola. Na verdade não houve uma lapidação dos valores humanos, pois somos uma soma dos que passaram pela nossa vida.
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