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sexta-feira, 23 de abril de 2010

GERAL - Recusa em assinar laudo causa confusão no PAPSI

Médico psiquiatra teria feito a Custódia Laurindo e a filha, que sofre de doença mental severa e dá crises, esperarem por mais de uma hora e depois se retirado, provocando revolta em pacientes.


Nesta terça-feira(20), houve um tumulto no Pronto Atendimento Psicossocial de Içara (PAPSI). A servidora pública Custódia Laurindo precisava de duas assinaturas médicas em um laudo de avaliação em nome da filha Renata Laurindo Magé, que sofre de deficiência mental severa, para isenção do IPVA (Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores).
Custódia foi aos Postos de Saúde Primeiro de Maio e Central, mas segundo ela, como não havia médico para atendê-la, recorreu a Escola Especial Sonho Dourado, a APAE. Na qual a médica Nira Brião Vaz efetuou o laudo mental da filha, assinou a documentação e sugeriu que fosse requerido o visto e carimbo do psiquiatra do PAPSI.
Lá o psiquiatra André Luiz dos Santos teria se recusado a assinar sem ver a paciente. Logo, Custódia trouxe a filha que estava na APAE. Depois de aguardar mais meia hora, Santos disse que não atenderia sem o agendamento prévio.
Acompanhando a situação, uma paciente que estava na fila cedeu a vez. Já na sala do psiquiatra, elas teriam esperado por mais de uma hora, que segundo informações o médico estaria no banheiro. Renata apresentou algumas crises, gritou e inclusive chegou a rasgar alguns papéis que estavam ao seu alcance.
“Dei um soco na mesa e disse que não saía dali sem que ele me atendesse. Queria só a assinatura dele. Vendo a situação o médico saiu do banheiro e tentou ir embora, peguei na camisa dele e disse que ele não era homem e não tinha ética, em não atender uma pessoa especial”, relatou Custódia em meio a confusão.
Para João Luiz Brunel, psicólogo e coordenador do PAPSI, houve uma conduta inadequada da mãe em exigir que fosse atendida. “Até certo ponto se justifica ele não assinar o laudo sem conhecimento da causa da paciente”, declarou.
Segundo Brunel, Custódia não havia agendado consulta, e a enfermeira teria na boa vontade tentado apresentar o laudo ao médico. O coordenador diz ainda que o médico não esteve o tempo mencionado na banheiro, havia apenas mudado de sala. Com a decorrência dos acontecimentos, criou-se uma situação de tumulto, na qual o médico foi agredido, tendo sido rasgada a camisa e ele teve que se retirar do local.
“O incidente foi lamentável. Nossa conduta é de melhor atender a todas as pessoas. A gente está tomando todas as medidas para que isso não se repita”, concluiu Brunel.
Custódia acrescentou que sempre foi bem atendida e não houve nenhum problema quando precisou fazer esse procedimento para a aquisição do carro.
Após o incidente, ela se dirigiu a delegacia de Polícia Civil para registrar ocorrência, e pretende procurar um advogado para entrar com ação por danos morais e discriminação contra o médico.
Até o fechamento da edição não foi possível fazer contato com o psiquiatra André Luiz dos Santos no número de telefone repassado pela Secretaria de Saúde de Içara.

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