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quinta-feira, 20 de maio de 2010
COLUNISTA - Elza de Mello
Nuances de Vidas em Crônicas (46)
Tomo, hoje, o exemplo de Franklin Cascaes, um conhecedor da cultura popular catarinense, argumentando que conhecer é a primeira razão para amar o povo e a sua história de vida. Sabemos que o nosso primeiro conhecimento nos é fornecido pela família. E por esta razão nossos antepassados tinham o cuidado de saber a família da moça ou do rapaz que se casaria com um de seus familiares. As atitudes em família eram base para se ter a pessoa por benquista ou não. Isto fazia parte do conhecimento do indivíduo. Se o berço, nobre ou pobre, marcava para algumas das etnias, outras o berço determinava valores fundamentais para a base da formação de um lar. E é sempre de um lar que saem governantes, pastores e ativistas sociais.
É preciso ter olhares mais atentos para a escolha de um cargo eletivo. A idéia de que sendo do partido tal basta para merecer o voto já está comprovada que não é uma prática legal. Uma cidade precisa ser governada por pessoas sensatas, sadias emocionalmente e de mente larga e aberta para o desenvolvimento e os avanços vertiginosos que se faz nos dias atuais. Além de um futuro governante estar com uma comprovação de escolaridade a altura de seu cargo, ele precisa ter também uma formação política bem estruturada para não se deixar corromper pelos apelos do poder. Tal fundamentação é possível se conhecer pelas atitudes no decorrer até de uma campanha eletiva. E se o partido que lhe empresta a sigla não tiver poder de convencimento de mudanças de atitudes, não deve lhe dar guarida pa-ra não cair no descrédito junto aos filiados.
Ganhar uma eleição depois de tantos desgastes, de tantas lutas e ficar marginalizado, não é mérito nenhum para um partido. Afinal, aprendemos em nossa herança lusófona que a prefeitura é a casa do povo. Que acolhida tem o povo em uma casa que não o reconhece? Que força terá o povo que não recebe as benéfices do seu voto, dos seus impostos? Pessoas egocêntricas e infantis não possuem maturidade emocional para ser um governante. A história nos mostra centenas de pessoas que foram perversas e tiveram atitudes nocivas à sociedade do seu tempo. Basta pensar em Nero e o incêndio de Roma, Hitler e o desencadeamento da Segunda Guerra Mundial.
Para nós içarenses que temos um município ainda novo, é fácil lembrarmos de nossos governantes e avaliarmos os feitos de cada um. E na avaliação de um mandado está também implícita a atuação da Câmara Legislativa. Há vereadores que se tornaram história no seu contexto. Podemos citar a memória de Gervásio Teixeira Fernandes, que representou o Distrito de Içara em Criciúma e lá terminou os dias como funcionário público, independente do partido de militância. O que contou foi a honestidade, a austeridade. Jorge Elias de Luca que também representou Içara, quando Distrito, e deixou herança política nas mãos do filho e genros.Nobre é a sua história de atuação política. Vital Daniel Broca que foi um militante até o final da vida sem desvirtuar a sua trajetória de representante de um município em formação. Zefiro Giassi que preservou o o valor comunitário e hoje representa o município em sua expansão econômica. Pedro Dal Pont, um baluarte na formação emancipatória de Içara que saía do seu trabalho para legislar para o povo, independente de salário ou projeção social, entre outros que mesmo não estando aqui incluídos, não foram esquecidos da memória dos içarenses, pois merecem o nosso louvor, respeito e a nossa gratidão.
E finalmente, parodiando Paulo Freire, o educador brasileiro, devemos sonhar sonhos possíveis. O povo precisa ter utopias, o povo quer alçar vôos de idealizações, mas para isso é preciso haver realizações.
Sonhos que se sonham juntos precisam ser transformados em ações e representados em obras, em bens públicos. Esta é a finalidade de um governo, quer seja municipal, estadual ou federal. E sabemos que a segurança ainda está na Câmara Legislativa. Ela será a eterna Casa do Povo, assim como os vereadores serão os seus legais representantes. Afinal a voz de uma comunidade se faz ouvir na voz de um vereador quando ocupa a tribuna.
Até a próxima edição com mais um assunto.
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