Aposentado recebe medicamento vencido da Farmácia Municipal; comunidade do bairro Presidente Vargas reclama de carências no atendimento médico e Mira assume que existem dificuldades.
(Alez Cichella/Jornal Içarense)
Com a receita e medicação na mão, dona Lurdes de Oliveira conta as dificuldades que o marido, Valdério de Oliveira tem enfrentado. No mês passado, o aposentado de 65 anos foi até a Farmácia Municipal receber o medicamento bromidrato de citalopran, para a depressão. Após tomar alguns comprimidos, ele percebeu que a validade da medicação havia expirado.
O aposentado retornou à farmácia para solicitar a troca das cartelas inserviveis por um medicamento no prazo de uso, mas as atendentes teriam negado que a medicação fora entregue no local. “Meu marido sofre também da próstata e de mal de parkisson. Ele precisa de cinco remédios e não temos condições de comprar. Cada um da família ajuda um pouquinho para comprar”, relatou.
A gestora de Saúde, Mira Dagostim, diz não ter conhecimento do caso e reforça que quatro farmacêuticas trabalham no local, sendo que uma das funções é fiscalizar a validade das medicações.
“Alguns remédios são provenientes de doações, alguns de licitação e o restante de recursos do Ministério da Saúde e do governo estadual”, explica Mira.
A falta de médicos também compõe as reclamações dos içarenses. Como no bairro Presidente Vargas, onde a médica responsável não estaria cumprindo o horário devido de trabalho, além de não atender nas sextas-feiras.
“Conversei com a secretária de Saúde há umas três semanas sobre o atendimento, mas não houve mudança”, afirma o presidente da associação de moradores local, Paulo Silveira.
A gestora assume que existe dificuldade em garantir o cumprimento do horário dos médicos. “Utilizamos artifícios como o ponto, mas contamos principalmente com as informações dos Conselhos Locais de Saúde para sabermos o que acontece nas unidades”, ressalta.
As unidades dos bairros Liri e Terceira Linha estão temporariamente sem médicos, em função de licença.
Ela explica que de acordo com o Ministério da Saúde, os médicos têm que cumprir oito horas de trabalho produtivo, realizar 32 consultas diárias, com duração mínima de 15 minutos. “Estamos fazendo o que está no nosso alcance para proporcionar o melhor para comunidade”, finalizou a gestora.
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