Agenor Antônio Destefani ficou por quatro horas refém de assaltantes em Santos/SP, escapou da morte e mandou construir uma gruta em agradecimento ao Sagrado Coração de Jesus.
(Bruna Borges/Jornal Içarense)
O caminhoneiro Agenor Antônio Destefani, 64 anos, natural de Içara e morador do bairro Cristo Rei, passou por momentos de angústia há três anos, quando foi assaltado na cidade de Santos, estado de São Paulo.
A gruta que mandou fazer, em frente à residência, possui as imagens de Nossa Senhora Aparecida e do Sagrado Coração de Jesus, aos quais o caminhoneiro diz ser devoto e atribui o fato de ter escapado da morte e ter recuperado o caminhão roubado. “Fiquei por quatro horas com uma arma na cabeça e quando os assaltantes me tiraram do cativeiro, fui jogado numa vala para morrer. Foi, então, que a arma falhou e consegui fugir. Nesse tempo só pensava no Sagrado Coração de Jesus e tinha muita fé. Ele que me dava força”, narra, emocionado.
Destefani conta que, antes de tudo acontecer, já havia prometido construir uma gruta em casa para Nossa Senhora Aparecida, por um grande benção recebida. “A graça que recebi vale mais do que essa cidade inteira, nada pode pagar. Mas, não posso contar e mesmo se contasse ninguém acreditaria, pois é uma coisa muito grandiosa”, enfatiza.
Das duas bençãos que diz ter recebido, a que pode revelar, e que atribui ao Sagrado Coração de Jesus, é o livramento da morte.
“Foi uma coisa muito terrível que me aconteceu. Evito falar sobre o assunto porque é muito triste. Foi horrível ficar naquele lugar. Eu disse ao Sagrado coração de Jesus, naquele momento que, se me livrasse da morte eu colocaria ele na gruta, junto com a Nossa Senhora Aparecida”, lembra e chora, emocionado.
O caminhoneiro explica que na mesma vala de onde conseguiu escapar, haviam sido encontrados nove cadáveres. “Era um lugar de ‘desova’ dos corpos, para onde os assaltante levavam as vítimas”, acrescenta.
O caminhão era a única coisa que Destefani tinha e que foi resultado do trabalho de uma vida toda.
Após 17 dias do assalto, o caminhão foi recuperado ainda com a carga dentro.
“Nenhum outro caminhoneiro da região havia conseguido recuperar um caminhão roubado. Poderia estar em qualquer lugar do Brasil. É como achar uma agulha dentro do mar. Ele estava no mato e pronto para ser desmanchado”, conta Destefani.
O caminhoneiro diz que, na época, depois do assalto, tinha o desejo de ir à igreja e testemunhar a todos, mas não teve coragem.
A gruta e as imagens ficaram prontas há cerca de um ano e meio. “Mandei fazer essa gruta não para mostrar para o povo que é uma coisa bonita, mas pela fé naquilo que consegui. Peço a todos que tenham fé. Com fé a gente consegue tudo”, finaliza.
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