Antigo contador da cooperativa diz que alterações visam benefícios pessoais; representantes do órgão afirmam que reforma prevê mais clareza aos associados; e votação será no próximo mês.
(Foto: Alex Cichella/ Jornal Içarense)
A nova regulamentação ainda nem foi aprovada, mas já causa polêmica entre entre um grupo de associados da Cooperativa Aliança.
Em carta enviada à imprensa, o ex-contador da Cooperaliança, Edison Valvassori, apontou que as alterações no estatuto visam beneficiar o atual presidente Pedro Deonísio Gabriel, para que o mesmo possa se reeleger no próximo ano.
Segundo Valvassori, o estatuto vigente, que sofreu última alteração em 2003, “foi amplamente discutido com a sociedade” e foi “aprovado que os candidatos eleitos da cooperativa não poderão participar de dois pleitos consecutivos, a partir daquela data”.
Ele afirma ainda, na carta, que as mudanças impediriam que os funcionários da Cooperaliança se candidatem à cargos públicos, o que para ele “acaba com o direito do cidadão”.
O presidente da cooperativa respondeu às alegações, na companhia do assessor jurídico, Gilberto Lima, do gerente administrativo, Tarcísio Lima, e da assessora de imprensa, Taís Fernandes.
Os mesmos afirmam que a reforma estatuária será realizada para que seja ajustado ao Código Civil e a também a Legislação Cooperativista, sendo que o estatuto vigente é de 2003.
“É importante ressaltar que a alteração do estatuto tem como objetivo estabelecer uma única interpretação”, destacou o gerente administrativo da .
A respeito de uma segunda candidatura, eles afirmam que não há nenhum impedimento, e ressaltam que o atual presidente pode ser candidato novamente, assim como todos os 28 mil cooperados.
Sobre a determinação do afastamento de servidores, em caso de candidatura a funções públicas, a cooperativa justifica que o dispositivo fere as leis trabalhistas, já que o funcionário é obrigado a pegar licença sem remuneração. Em razão disso, a Cooperaliança já foi condenada pela Justiça a pagar o salário dos afastados em período eleitoral.
Na carta, o antigo contador, diz ainda que a nova regulamentação prevê a extinção das auditorias. Mas, os representantes da cooperativa afirmam que as auditorias continuarão sendo realizadas, compreendendo a prestação de contas do Conselho de Administração, parecer do Conselho Fiscal e de uma auditoria independente, sendo o último item acrescido ao texto proposto.
Valvassori questiona na carta a atuação do presidente, dizendo que o mesmo se elegeu “irregularmente, promove aquisições sem aprovação da assembleia geral e vende o patrimônio sem a devida avaliação“.
Gabriel se defende, alegando que “as acusações são de cunho pessoal” e que prefere não se manifestar sobre o assunto.
A Assembleia Geral Extraordinária para votação da reforma estatuária está marcada para dia 7 de outubro, nas dependências do Ginásio de Esportes da Escola Estadual Salete Scott dos Santos, no Centro.
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