Conforme prometido na semana passada, o MIV foi à sessão da Câmara Municipal nesta segunda-feira e protestou contra os vereadores envolvidos no escândalo das cédulas marcadas.
(Bruna Borges/Jornal Içarense)
O Movimento Içarense Pe-la Vida (MIV) compareceu em peso na sessão da Câmara Municipal de Içara nesta segunda-feira, dia 4, para pedir o afastamento dos vereadores Acirton Costa (PMDB), Itamar da Silva (PP) e Darlan Carpes (PP), do Legislativo, pelo envol-vimento no escândalo da marcação de cédulas na votação do veto do prefeito Gentil da Luz ao projeto de lei que extingue a Área de Proteção Ambiental (APA) de Santa Cruz e reduz atribuições da Fundação de Me-io Ambiente de Içara (Fun-dai), ocorrida em 16 de maio.
Com faixas, cartazes e até dinheiro falso colado às roupas, os ambientalistas criticaram os indiciados e manifestaram insatisfação quanto à inércia dos outros sete vereadores. Isto porque o Ministério Público da Comarca de Içara requisitou, há uma semana, a instauração de procedimento administrativo na Câmara, para apurar possível quebra de decoro, infração disciplinar ou perda do mandato dos três envolvidos na fraude, e até agora nenhuma resposta foi da-da à sociedade.
O único vereador a se manifestar de forma enfática sobre o assunto na tribuna foi Diego Vitorassi (PDT). “Parabenizo o movimento. Estas 70 entidades que estão fazendo um movimento pacífico. O MIV há oito anos só ‘levou nas costas’. Agora, está conseguindo mostrar que está certo. Esta e outras legislaturas fizeram o povo de bobo”, disse o pedetista, sendo aplaudido pelos manifestantes.
Vitorassi também pediu aos demais vereadores uma reunião para dar a resposta ao MIV. “Gostaria que nós, os sete, nos reuníssemos para decidir o que vai ser feito. Te-mos que analisar o artigo 80 do Regimento Interno, que fa-la sobre a perda de mandato”, ressaltou o pedetista.
O vereador André Jucoski, o Polakinho (PSDB), também parabenizou os ambientalis-tas, mas não prolongou a fala sobre o assunto. “Parabéns ao MIV. Cada movimento que vem nesta Casa é bem-vindo”, enfatizou.
Ao final da sessão, que durou aproximadamente 30 minutos, os vereadores indi-ciados pelo delegado Airton Ferreira, do Grupo de Atuação contra o Crime Organizado (Gaeco), continuaram preferindo não falar sobre o assunto. “Só o que tenho a dizer é que eles estão no direito deles. Todo cidadão tem direito de se manifestar”, falou Acirton Costa.
Já os outros dois, Itamar da Silva e Darlan Carpes, não quiseram fazer comentários.
“Agora, vamos aguardar um posicionamento deles. Se não tomarem uma atitude, vamos fazer novas manifestações. Hoje tivemos uma mobilização muito boa”, garantiu um dos integrantes do MIV, Renato Brígido.
Outro integrante, Gilmar Bonifácio, falou aos ambien-talistas reunidos em frente à Câmara, que agora está sendo comprovada a corrupção do Legislativo em favor da instalação da mineradora na cidade. “Temos que continuar pressionando. Pois, hoje vimos que pela vontade deles não vai acontecer nada. A mobilização é a nossa ar-ma. Nunca estivemos tão próximos de comprovar a safadeza que acontece aqui em Içara”, esbravejou.
O também integrante do MIV e ex-procurador do município, Walterney Réus, chamou os manifestantes a se prepararem para as “medidas práticas”. “Vamos encaminhar um abaixo-assinado à Câmara de Vereadores pedindo a instauração do procedimento administrativo. Caso não se manifeste, podemos nós mesmos pedir a cassação dos vereadores através da Justiça”, alertou. Réus também enfatizou a necessidade de continuar pressionando. “Semana que vem temos que estar aqui novamente, para que eles acabem se desgastando e, com isso, vão cometer erros”, advertiu.
Todos os vereadores, me-nos os envolvidos, receberam o ofício enviado pelo Ministério Público sugerindo uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
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