“Mais de 20% das 400 ligações recebidas pela central de emergência do Corpo de Bombeiros são tentativas de trotes”, conta o soldado da central, em Criciúma, Antônio Medeiros.
A central telefônica do Corpo de Bombeiros existe para encaminhar o atendimento a situações de risco como incêndios, afogamentos ou desabamentos de prédios.
Contudo, na prática, esse funcionamento não é bem assim: de acordo com informações do soldado da central de emergência de Criciúma (193), que atende Criciúma, Içara e regiões vizinhas, 20% das 400 ligações recebidas diariamente são mentiras envolvendo incêndios, acidentes fictícios e até cantadas aos bombeiros de plantão na central de atendimento.
“As tentativas são excessivas. Porém, os soldados têm estratégias que, na maioria dos casos, conseguem captar e diferenciar uma emergência de um trote. Uma delas é fazer a pessoa repetir o endereço algumas vezes, reparar na ansiedade e, principalmente, verificar se ela está ou não nervosa. A partir disso acionamos o Corpo de Bombeiros”, contou o soldado Antônio Medeiros, da central de emergência.
Conforme o militar, os horários de maior concentração de trotes à central telefônica são os finais de turnos das escolas, quando crianças e adolescentes se reúnem para telefonar dos orelhões localizados nas dependências dos colégios.
Em Içara, o último trote que deslocou a equipe do Corpo de Bombeiros em vão foi no dia 19 quando o carro pipa foi direcionado para as proximidades da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), na SC-444. A informação da central era de que um incêndio havia ocorrido numa casa no bairro Liri. Ao chegar lá, a guarnição não encontrou nenhuma ocorrência constatando o trote.
Segundo informações da central de emergência, a época em que mais ocorrem esses trotes é na temporada de Verão, onde o fluxo de trotes parte do Balneário Rincão. Porém, durante o ano, Criciúma e Içara são as cidades com mais telefonemas indevidos. “As crianças vêem o Corpo de Bombeiros andando pela cidade e ouvem também as nossas palestras e o telefonema grátis. A partir disso, iniciam as ligações”, disse Medeiros que ainda fez um alerta às pessoas mal-intencionadas. “As crianças devem pensar que, enquanto estão ocupando as linhas passando um trote, a mãe pode estar em casa passando mal e precisando de socorro”.
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