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quarta-feira, 14 de abril de 2010

COLUNISTA - Elza de Mello


Era uma manhã de chuva quando deixamos a nossa cidade e partimos em busca de um encontro de estudos, o encontro da lusofonia sediado na cidade de Florianópolis. Um encontro de difícil acesso quando acontece em outro país de língua portuguesa. Mas como neste ano, nós, brasileiros, fomos premiados pela boa vontade do organizador Chrys Chrystelo, e pelo filólogo e lingüista português Malaca Casteleiro, estávamos indo para participar de um encontro único em toda a história da lusofonia. Afinal o acordo ortográfico está para o ensino da língua portuguesa como, nós brasileiros, estamos para a escrita e a comunicação na única língua oficial brasileira.
Penso que este seria o encontro cultural mais importante de um município, através da Secretaria de Educação, no Departamento de Cultura, de uma Academia de Letras.
Mas íamos, a Fá e Eu, sem nenhum apoio da parte dos departamentos municipais que não dispensam recursos para estes fins. Na condição de Mestres e conhecedoras do valor da língua que nos dá identidade e nos dá referência no âmbito da humanidade, íamos cheias de planos por podermos participar dos colóquios da língua e da cultura que herdamos de nossos ancestrais. Tudo tão bem planejado em nossas vidas plenas de tarefas e de compromissos com nossa família. Pois bem, deixamos nossos maridos ao entrarmos no ônibus e partimos para a capital. E lá assistimos o desenrolar dos colóquios.
Entre os assuntos, sinto ainda uma pontinha de orgulho, está o acordo ortográfico com os presidentes das Academias de Ciências de Lisboa na pessoa de Malaca Casteleiro, da Academia Brasileira na pessoa de Evanildo Bechara, da Academia Galega na pessoa de Concha Rousia.
Senti que a Academia de Letras Brasileira estava muito bem representada e que a fala do nosso presidente estava clara e bem concisa. Nosso acordo ortográfico oficial data de 1943 e o acordo de Lisboa data de 1945, ficando assim uma diferença no idioma nunca acertado. O último acordo seria para uma unificação ortográfica onde Portugal precisaria se desvencilhar de certos usos arcaicos que eles tanto prezam. (...) continua na próxima edição.

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