Geral: Confusão entre Samae e Casan pode deixar metade de Içara sem água

A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) deu prazo de até o dia 29 deste mês para que o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Içara pague uma dívida que, segundo a primeira, é de R$ 777. 704,10, referente a seis meses não pagos do serviço.
Na última terça-feira, a companhia catarinense enviou o terceiro aviso ao Samae sobre a possibilidade de corte do abastecimento, caso o pagamento não seja feito.
De acordo com o gerente regional da Casan, Alessandro Rabelo, este prazo é, de fato, uma prorrogação de um termo que já teria vencido no dia 4 deste mês. "Eu tenho a ordem de corte desde o início de dezembro, só prorrogamos a interrupção para não prejudicar a comunidade. A nossa intenção não é cortar, mas acertar isso de uma vez. Dia 4 de dezembro venceu o valor de R$ 660 mil e este R$ 770 mil é com juros, ou seja, cada vez vai aumentar mais", explica.
Risco de corte no abastecimento
Mais de 50% do município de Içara é abastecido com água vinda da Barragem São Bento. Caso o Samae não pague a dívida, poderão ficar sem água os bairros: Presidente Vargas, Marili, parte do Liri, Demboski, além da região que abrange o Centro até Bairro Aurora.
O presidente do Samae de Içara, César Dagostim, não quis atender ao telefone, mas respondeu as acusações por e-mail ao Jornal Içarense. Para ele, o valor é injusto, já que houve o caso de uma região de Criciúma próxima ao bairro Presidente Vargas que estava sendo abastecido de água comprada da Casan pelo Samae, mas era cobrada pela Casan. "O Samae realizará os pagamentos, desde que haja a compensação dos valores que a Casan deve ao Samae. Questão de Justiça. Ser bom cobrador também implica em ser bom pagador", exclama Dagostim.
Entretanto, conforme o gerente regional da Casan, no valor de R$ 777.704,10 já foi descontado tudo o que a Casan estava devendo ao Samae. "A dívida de dezembro também ainda não foi paga, e venceu no dia 5. Eu estou tentando contato desde julho, mas eles parecem não querer resolver o caso".
O Samae solicitou uma reunião para a próxima segunda-feira, mas o pessoal da Casan não tem disponibilidade de horário, tentando fazer com que o assunto fosse resolvido nesta sexta-feira, quando, então, o Samae não pode.
Enquanto isso, quem aguarda ansioso é o povo içarense, que já teme a falta de água.