Geral: Luta pela recuperação do título de Capital do Mel ganha força

A produção de mel caiu de 600 para cerca de 300 toneladas por ano. "Houve desmotivação por causa da caída do preço do mel e do desmatamento de eucalipto, além de as exportações para a Europa ficarem embargadas um bom tempo", explica Agenor Sartori Castagna, proprietário da Minamel, de Içara.
O projeto Içara Mais Doce visa aumentar a produção de mel na região, doando mudas de eucalipto para os produtores da região. "Quando notamos a devastação de eucaliptos por causa do plantio de fumo na região, vimos que se continuasse assim, a apicultura iria morrer", afirma Alcídes Rosso, atual presidente da Associação dos Apicultores de Içara.
Em 2009, a meta é atingir aproximadamente 450 toneladas/ano. "Nós vamos ter que lutar muito para voltar a ser o que éramos", afirma.
Ultrapassando a meta
O projeto foi criado para tentar auxiliar os apicultores. Hoje, já excedeu todas as metas pré estabelecidas e quer aumentar ainda mais. "Cerca de um milhão de mudas já foram plantadas", conta o presidente da Associação dos Apicultores.
Estão juntos no projeto a Associação dos Apicultores de Içara, a Epagri, a Secretaria de Agricultura de Içara, a Unisul, a Rádio Difusora e a Empresa Rio Deserto, maior doadora de mudas. "Nós não temos muito apoio dos órgãos públicos, mas estamos lutando para que o projeto de certo", afirma Rosso.
Já em 2005, quando foi idealizado, o projeto ultrapassou o esperado. "Nós já havíamos entregue as 100 mil mudas, mas havia terra preparada para o plantio de mais 20 mil, então decidimos aproveitar esse espaço e doar as mudas", declarou Ricardo Barbosa, das Empresas Rio Deserto.
A safra desse ano já foi bastante significativa. Em 2006, Içara produziu apenas 170 mil Kg de mel, contra uma produção de 600 mil Kg em 2003, o que a fez despencar do 1º para o 22º lugar no "ranking" nacional. "Em 2008 registramos a melhor safra desde o ciclone Catarina. A tendência é que ano que vem consigamos cerca de 400.000Kg ", comemora Alcídes.
O mel e o eucalipto
Associado à produção de mel, a floresta de eucaliptos apresenta ainda a possibilidade de produção de pólen uma importante fonte de proteína de alto valor biológico, não só para as abelhas, como para o consumo humano, sendo mais uma fonte de renda para o apicultor.
Com o uso de quatro espécies de eucaliptos pode-se ter um florescimento permanente ao longo do ano todo, o que fortalece os enxames, que vão aproveitar não só as flores, mas também outras culturas ou árvores.