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quarta-feira, 7 de julho de 2010

COLUNISTA - Elza de Mello


Nuances de Vidas em Crônicas (52)

Saiu o resultado do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira) e mais uma vez pode-se concluir que o sucesso das notas das avaliações está na frequência da leitura e da escrita. Foi uma das escolas mais humildes do Estado de São Paulo que obteve a melhor nota. A diretora e as professoras mostraram que não ficam desvalorizando as competências humanas ou supervalorizando os recursos que não possuem, inclusive recursos tecnológicos. No entanto as professoras planejaram e seguiram com critérios as possibilidades pedagógicas inerentes da leitura e da escrita. Seguem a infalível receita para o sucesso – aprender praticando. Não há aprendizagem sem a prática, assim como não há amor sem a expressão do carinho. E são os professores os mediadores do processo ensino-aprendizagem, pois não se educa com palavras, mas com exemplo.
Em minha vida profissional tive poucos recursos te-cnológicos ou midiáticos. Minha pequena e multisseriada escola era desprovida de qualquer recurso humano que não fosse a professora e os alunos. Sim, porque meus alunos também ensinavam a experiência recém adquirida da família. Eles eram ouvintes, mas eram também falantes da linguagem materna, da participação no dia-a-dia da família, da comunidade e da individualidade criativa. Sempre havia alguma habilidade para repassar aos colegas à equipe de pesquisa, à escola. O aluno era um aprendente, mas também um ensinante do que já sabia e do que ia aprendendo. Sempre mantivemos uma prática socializada. Não foi uma novidade minha ou um método criado por mim, minha prática de ensino foi adquirida das minhas inesquecíveis professoras do Curso Primário: dona Leonir, dona Constância, Cilézia Cardoso, Lourdes Mello. Com elas eu aprendi o segredo do código lingüístico, o fascínio pela leitura e o valor da escrita. Depois veio a admiração pela história mostrada pela professora Maria Euníce Fernandes, pelo professor Altamiro D’agostim, o encantamento pela geografia vista pelos olhos da professora Dirce Carrador Silva.
Foi o encaminhamento desses professorees que me deram base para as árduas pesquisas que mantenho no sentido sócio-histórico de nossa terra nossa gente. Os professores são verdadeiramente medidores em uma sala de aula.
Continuo na próxima edição.

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