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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

COLUNISTA - Elza de Mello


Nuances de Vida em Crônicas (66)

E o mês de novembro entrou nos presenteando com um dia ensolarado como é típico de um tempo de transição entre as estações da primavera e do verão. E novembro se fez ainda mais especial por trazer a notícia de um novo dirigente do país eleito pelo povo, a Presidenta Dilma Rousseff. É também nos presenteia com datas cívicas de nossa história nacional: A Proclamação da República e criação da Bandeira Nacional.
· A República que consolidou a escolha do governante en-tre uma pessoa fora da Dinastia de Bragança, os herdeiros da Coroa Portuguesa.
· A Bandeira, que representa a pátria brasileira quando a vimos hasteada quer sozinha ou entre outras Bandeiras.
Mas, entre as datas cívicas, novembro traz o feriado da tra-dição cristã, o Dia de Finados, em que rememoramos os mortos e celebramos a vida. É comum observar o encontro de familiares que visitam a sepultura de um ente querido e nessa visita ao finado ocorrer um verdadeiro encontro de fa-mília. Há tantos assuntos e tantas saudades que os diálogos são entre cortados de informações sobre a vida, e em a-bundância. É um momento singular. Repensamos com mais precisão a vida ao andarmos entre as alas de capelas e túmulos. É comum observarmos pessoas que ontem estavam entre nós, ativos na labuta e ao depararmos com a sua campa, nos emocionarmos. O susto passa ao conversarmos com os famili-ares e perceber o milagre da vida com os filhos; netos; bisnetos e assim, sucessivamente. Vai um e ficam outros, e outros, e outros... é a vida se repetindo.
Mas voltando a saudação de entrada do mês de novembro, a novidade ficou por conta da vitória do novo Presidente do Brasil, aliás, da presidente. Confesso, que, quase, desacreditei da vitória de uma mulher no governo federal brasileiro. Afinal não temos nem seis décadas completas de permissão do voto feminino. No Brasil machista e com uma marca profunda de uma cultura de família patriarcal, a mulher sempre foi lide-rada pelo marido, e os votos da família somavam-se à vontade do pai. Mulher não pensava em quem votar, mas votava sempre em quem o marido indicava. O voto feminino, além de escasso devido ao grande número de mulheres analfabetas, ainda era sem ideologia partidária, sem um conhecimento prévio da situação política. Não havia expressividade da mu-lher nos destinos do Governos Municipal, Estadual ou Federal. E, de repente lá estava ma mulher que até então não havia ti-do uma participação eletiva, mas que havia tido uma partici-pação ativa contra a ditadura militar. Havia dado os melhores dias da juventude pela consolidação de um sonho de democra-cia e, contra a repressão e a violência dos AIs. Depois a prisão, o silêncio, a vida familiar, a carreira profissional e, por fim... a participação no Governo Lula. De lá para a campanha de rua, os palanques, o corpo-a-corpo, as intrigas, as acusações, o desgaste de uma longa e árdua caminhada. O povo decidiu nas urnas a vontade do governo populista, da continuação do governo Lula. Se não é a melhor forma de governo para uma nação politizada, é a melhor forma para quem busca so-breviver com o salário mínimo brasileiro. Viver é preciso!

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