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terça-feira, 17 de maio de 2011

De olhovivo na Educação

A minha vida escolar foi conturbada, vivi o avanço progressivo, fui alfabetizada na terceira série do primário. Na década de 70, em pleno regime militar não tinha reprovação. Até que encontrei uma professora que me alfabetizou em sua casa, era a educadora Salete Scotti dos Santos. Lembro de sua didática, era a paciência.
Tornei-me professora, estou a 25 anos no magistério.. Passei por muitas mudanças e modismos na educação. Já alfabetizei com cartilhas para lá de ruins. A frase que eu não esqueço era que a vaca voava. Eram textos sem nexo. Mas alfabetizei. Com poucos eu não consegui.
O mundo passou por transformações profundas. A escola não poderia ficar fora destas transformações.
Acredito que a maior mudança foi no entendi-mento do funcionamento cerebral, de como o cérebro aprende. Isso nos levou a entender melhor quem não aprende e por que não a-prende.
Algumas das mudanças, feita pela Secretaria Esta-dual de Educação estão me deixando preocupada.
Pelo menos, há três anos eu não consigo reprovar alunos, não que a reprovação seja a única saída. Defen-di no meu curso de graduação, que a reprovação, sozinha, pouco ajuda, ela precisa vir com reforço es-colar, pois se corre o risco de no próximo ano não mu-dar nada e o aluno ser reprovado novamente. Mas passar para frente alunos que não se apropriaram dos conteúdos mínimos? É no mínimo preocupante.
Não temos o reforço escolar. Contamos com pouca ou nada de ajuda fora da sala, já que a família não tem tempo para ajudar os filhos. Então fica tudo para ser resolvido na escola. Não raro encontrarmos alunos na quinta série que mal sabem escrever seu nome. Vão passando. Várias são as justificativas para passar os alunos. Mas aos olhos da sociedade são os professores que não estão trabalhando bem.
Reportagens e mais reportagens sobre fracasso na educação pública brasileira. Eu me sinto envergonha-da. Sei que a maioria dos professores fazem o melhor.. Mas sozinhos nesta cruzada, fica difícil obter bons resultados.

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