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quarta-feira, 4 de maio de 2011

COLUNISTA - Elza de Mello



Aquém dos trilhos Vidas em Crônicas (15)

Estamos vivendo a sema-na do dia das mães, como está previsto, no segundo domingo de maio. Embora saibamos do forte apelo co-mercial que a data sugere, ainda é um dia especial para darmos um abraço mais ter-no àquela que nos deu a luz da vida e dedicou parte do viver a nós, filhos. E como somos mães, a data também nos comove ao receber o ca-rinho de nossos filhos.
Mas, porque a data sugere homenagens, tomo uma mulher que representa tan-tas mulheres que viveram no seu tempo e tantos exem-plos que ela nos deixou para que novas gerações possam mirar-se em exemplo.
Falarei de Dona Olina Li-ma da Luz, nascida aos 5 de maio de 1909, em Jaguaru-na,que morou toda a vida de casada na localidade de Pedreiras. Dona Olina era a esposa de Hildebrando José da Luz, um casal que já par-tiu. Mas em sua memó-ria eu saúdo a todas as mães iça-renses.
Dona Olina fez um relato precioso dos vizinhos. Ela falou que quando chegou em Pedrei-ras encontrou outras famí-lias ali residentes: Gervásio Ferraz que era comerciante com loja de secos e mo-lhados, ou seja, gêneros a-limentícios e tecidos e cal-çados. O comércio de Gervá-sio Ferraz supria as necessi-dades da comunidade local.
Eram moradores, tam-bém, Isaías Francisco Car-doso, Gustavo José da Luz e Rosalino Fernandes. Em U-russanga Velha, morava o irmão do Gervásio, o Zé Ferraz que havia requerido a sesmaria e vendia terras a outros compradores.
Eles eram ricos e influen-tes na política. Gervásio foi o primeiro intendente do Distrito de São Sebastião de Urussanga Velha na época da elevação à Distrito de Criciúma, em 1933.
Dona Olina falou com de-talhes da preservação das estradas, especialmente a estrada que dava acesso ao Balneário Rincão e a Urus-sanga Velha onde o marido, Hildebrando, pagava os im-postos em dias de trabalhos, exatamente cinco dias che-ios, ou seja, do raiar do dia até ao escurecer. Nesses dias, além do trabalho a pá, en-xa-das e picaretas, havia também as crianças guiando os bois com as cargas de barro para solar as estradas areentas da época.
“Os homens cortavam os barrancos na Lomba e o bar-ro era carregado em carro de bois e colocado no leito da estrada. Hoje, quando al-guém passa pela estrada pa-vimentada não imagina a luta das pessoas pela pre-servação daquelas vias de transportes”. Quanto inves-timento a comunidade colo-cou para fazer com que hou-vesse a comunicação entre Içara e outros municípios.
Nesse momento, Dona O-lina fez uma parada e pa-rece que buscou na lembran-ça, um tempo quase apaga-do. Ela já estava viúva e os filhos todos casados mas vi-via na doce morada, a casa que guardava tantas lem-branças e as saudades de um tempo imemorial; descritas nas saudades. Uma lem-brança la-tente na memória era a bele-za das fes-tas do pa-droeiro de Urussanga Velha, a festa de São Sebas-tião.
Ela nos falou dos vestidos de saias amplas e bem en-gomadas que deixavam as moças muito bem vestidas para os quatro dias de festa.
Um ponto alto eram os bailes da véspera do dia san-tificado, o no dia do Santo Padroeiro, dia 20 de janeiro. Não importava em que dia da semana caísse, o dia do santo era o dia da festa. E por todos os dias de festa havia os atrativos para os romeiros que caminhavam de todas as localidades com o carro repleto da família, utensílos para cozinhar em fogos de chão e as roupas da festa que muitas vezes eram terminadas ali mes-mo, com as máquinas de costura manual.. as transla-dações do santo e as procis-sões eram muito bonitas!
Dona Olina, a exemplo do irmão, Aparício Lima, enfa-tizou a lavoura de mandioca como o suporte da economia e uma atividade saudosa co-mo lida de trabalho.
Jorge Fortulino era o principal comprador de fa-rinha da produção da famí-lia. Dona Olina foi uma mãe exemplar e uma cidadã iça-rense que ajudou a cons-truir Nossa Terra e Nossa Gente.
Até a próxima semana com mais notícias.

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