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terça-feira, 28 de junho de 2011

POLÍTICA - Divulgados os nomes dos envolvidos no caso das cédulas

O juiz da Comarca de Içara autorizou a divulgação das conversas telefônicas dos envolvidos na fraude da votação do veto do projeto que extingue a APA; e os nomes foram conhecidos ontem.

(Bruna Borges/Jornal Içarense)

Os nomes dos vereadores e demais envolvidos na fraude da votação do veto do prefeito Gentil Dory da Luz (PMDB) ao projeto de Lei que prevê a extinção da APA de Santa Cruz e reduz atribuições da Fundai, foram divulgados nesta segunda-feira, dia 27, pela 2ª Vara do Fórum da Comar-ca de Içara.
Foram indiciados pelo delegado Airton Ferreira, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), de Criciúma, três vereadores e o presidente da Cooperaliança, Pedro Deonízio Gabriel (PP).
O delegado entendeu que houve os crimes de: Prevaricação, dos vereadores Acirton Costa (PMDB) e Itamar da Silva (PP), por terem legislado a favor da Carbonífera Rio Deserto; Falsificação de Documento, pelo presidente da Câmara, Darlan Carpes (PP), com participação do presidente da Cooperaliança; Constrangimento Ilegal, por Carpes e Gabriel, devido a afirmação de que o ve-reador André Jucoski, o Po-lakinho (PSDB), perderia o emprego na cooperativa caso não votasse contra o veto; e Advocacia Administrativa, por Carpes, Costa e Silva, que proporam articular politicamente ao votar visando extinção da APA, patrocinando interesses da mineradora.
As constatações do delegado foram feitas a partir das interceptações telefônicas feitas nos celulares dos envolvidos.
De acordo com o relatório enviado pelo Gaeco à promotoria de I-çara, “o que mais surpreendeu a e-quipe de investigação foi a decisão de marcar o voto do vereador Polakinho, visando puni-lo após o processo de votação, caso ficasse confirmado que votaria a favor do veto do prefeito. O monitoramento telefônico mostrou claramente que o presidente da Cooperali-ança, Pedro Deonízio Ga-briel, pressionado pelo diretor da cooperativa, Se-veriano Valentin (PT), mandou que o presidente da Câmara, Darlan Carpes, marcasse o voto de Pola-kinho”.
Ainda de acordo com o relatório, Carpes solicitou há pelo menos dois vereadores (Jurê Bortolon e An-dré Jucoski) para que marcassem seus votos, a fim de certificar-se de que estariam votando de acordo com o anunciado. Mas, ambos não aceitaram. “Há indícios fortes de que aquele voto, onde consta marcação de três círculos na assinatura, seja de Polakinho, marcação feita pelo próprio presidente da Câmara”.
A investigação também afirmou que houve reunião na Cooperaliança, autorizando o presidente da cooperativa a conversar com os dois vereadores que trabalham na empresa (Car-pes e Polakinho), para derrubarem o veto e, caso não atendessem, seriam demitidos.
O diretor da cooperativa, Severiano Valentin, declarou que não pediu marcação de voto. “Simplesmente sou favorável ao empreendimento da mineradora na cidade. Então, como diretor, pedi aos funcionários Carpes e Polakinho que votassem para derrubar o veto. Passei a vida inteira lutando para eleger vereadores, deputados, prefeitos, a fim de trabalharem pelos interesses das empresas. Tenho o direito de cobrar dos funcionários o que a-cho que é certo, até porque eles foram eleitos pela cooperativa. Disse ao presidente da Cooperaliança que, se eles se posicionas-sem contra a empresa, eu pediria a demissão deles”, enfatizou Valentin.
O vereador Polakinho, apesar de pressionado, confirmou que foi favorável ao veto, como havia prometido aos agricultores e ambientalistas, e que não teme por seu emprego na cooperativa. “Respeito a posição do Severiano e do Pedro Gabriel. Eles são meus amigos e em nenhum momento me ameaçaram. Lamento o que aconteceu e sou solidário aos companheiros vereadores, pois é um momento muito difícil”, ressaltou.
Os vereadores Darlan Carpes, Acirton Costa e Itamar da Silva disseram que não tinham nada a declarar no momento. A reportagem não conseguiu contato com o presidente da Cooperaliança, Pedro Deonízio Gabriel, que estava com os dois aparelhos celulares desligados.
O departamento jurídico das Empresa Rio Deserto, de Criciúma, vai se interar do relatório para se manifestar sobre o caso através de nota nesta terça-feira, dia 28, segundo a assessoria de imprensa.

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