A Administração Municipal de Içara não desistiu da compra do terreno da Vectra e o Prefeito Gentil Dory da Luz (PMDB) afirmou que o imóvel é tudo de bom e que vai buscar mais recursos.
Os dez minutos destinados no horário político da sessão da Câmara de Vereadores de Içara desta segunda-feira, 14, foi ocupado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Cerâmica de Criciúma e região.
A instituição foi pedir apoio aos parlamentares para articularem junto ao prefeito, Gentil Dory da Luz (PMDB), sobre a desistência da compra da massa falida da Vectra Revestimento Cerâmico, localizada às margens da Rodovia SC-444.
O advogado representante dos ex-funcionários da empresa insolvente, Arlindo Rocha, explicou: “O Poder Público pode baixar decreto de utilidade pública de qualquer bem por até dois anos. O prefeito Gentil Dory da Luz já estava com o documento pronto, depois de algumas reuniões conseguimos que ele se sensibilizasse. Não vai mais baixar decreto, vai tentar conseguir os recursos para comprar a massa falida da Vectra e se não conseguir angariar o valor mínimo que se pode conseguir em leilão (pouco mais de R$ 4 milhões), irá abrir mão da comprar e deixar que outro interessado o faça. A Librelato mostrou interesse”.
Itaci reforçou: “a prefeitura só utilizará o terreno cujo custo não chega a R$ 2 milhões, o maquinário e galpões ficarão perdido, melhor deixar para uma empresa que aproveite o patrimônio por inteiro e ainda gere emprego. Além disso, para construir o Complexo Administrativo poderá comprar terreno mais barato e cujas condições topográficas sejam mais adequadas”.
Luz confirma que o decreto está pronto e não o baixou porque o sindicato mostrou através de argumentos e documentos que existe um passivo trabalhista de cerca de R$ 5,6 milhões. “Além disso me reuni também com um representante da Librelato que mostrou interesse, de fato, na aquisição do imóvel para implantação da empresa aqui com geração inicial de 150 empregos. Eles irão trazer a unidade de Orleans para cá, visando a logística do espaço”.
O prefeito içarense defende que aquele local deve ser da cidade e que o Complexo Administrativo projetado pelos engenheiros da prefeitura não teria lugar mais adequado para ser instalado.
“Não desistimos do terreno, atendi à reivindicação dos trabalhadores porque entendo que eles precisam receber a dívida trabalhista. Temos garantido com a Secretaria do Desenvolvimento R$ 3 milhões, vamos tentar mais recursos junto à SC Parcerias”, declarou o prefeito.
Ao ser questionado sobre uma possível desistência da participação da Administração Municipal no segundo leilão, que acontecerá no dia 18 de setembro, o peemedebista é enfático: “Participaremos do leilão. O terreno fica num ponto estratégico, localizado às margens da SC-444. É tudo de bom”.
O projeto do novo Paço Municipal de Içara prevê a construção de todos os órgãos públicos na mesma área, fugindo do aluguel e possibilitando novos empreendimentos.
Instituições como a Prefeitura, a Câmara de Vereadores, a Policlínica, Incubadora de Empresas e a Rodoviária Regional “que já está acertada com o governo estadual, só aguarda a aquisição do terreno”, informou Gentil.
A respeito das declarações do presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Cerâmica ele rebate: “Os engenheiros elaboraram o projeto com base naquela topográfia. O Itaci não é arquiteto, está defendendo os interesses sindicais”.
O prefeito de Içara ainda afirmou que não quer ser empecilho para os trabalhadores da empresa que está fechada desde agosto de 2005.
Gentil da Luz não vai pedir a desapropriação da Vectra através do decreto de utilidade pública que já está elaborado. Contudo não abre mão do terreno e vai tentar arrematá-lo no leilão. “Não acredito que algum investidor vá pagar R$ 9 milhões pela massa falida. Daquele patrimônio será aproveitado basicamente o terreno, visto que as construções terá que ser descartada pelo comprador e as máquinas estão todas sucateadas”, finalizou o prefeito.
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