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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

COLUNISTA - Viviane Maragno


Dispositivo Intra-Uterino (DIU)

E´um método seguro e eficaz de contracepção, associado a poucos efeitos colaterais na mulher.

É um artefato colocado dentro da cavidade uterina para impedir a gestação. Existem vários tipos. É um método seguro e eficaz de contracepção, associado a poucos efeitos colaterais. Os DIU’s não medicados são menos utilizados atualmente, e consistem em uma haste de polietileno impregnada com um pouco de bário para ser visualizada ao RX. Ainda são bastante utilizados na China. Em nosso meio contém cobre ou, mais recentemente, se en-contram os DIU’s medicados com progestágenos levonorgestrel = MIRENA.
Mecanismo de ação
A ação é principalmente na cavidade uterina. Acredita-se que o principal mecanismo do DIU é a transformação do ambiente uterino em um ambiente hostil aos espermatozóides, evitando a chegada até as trompas ou tendo efeito espermaticida. Talvez alguma ação extra-uterina, com efeito citotóxico sobre o óvulo e a motilidade tubária também exista.
Os DIU’s não medicados agem principalmente devido a uma reação do organismo.
Os DIU’s que contém e liberam cobre também provocam uma reação tipo corpo estranho, tendo ação tanto bioquímica quanto inflamatória sobre o endométrio. Os níveis sangüíneos de cobre não são alterados em usuá-rias de DIU, logo o cobre não é absorvido.
Os DIU’s que liberam progestágenos, além da ação tipo corpo estranho no endométrio, causam atrofia e decidualização das glândulas endometriais, tornando o endométrio mais fino (por isto geralmente diminuem a quantidade de sangramento).
Estes DIUS medicados ainda têm ação da progesterona sobre o muco cervical, tornando-o espesso, criando mais uma barreira para os esper-matozóides.
Eficácia do DIU:
Os DIU’s medicados são mais eficazes do que o DIU’s não medicados, com chance de gestação de 0,8% e de até 3%, respectivamente.
Efeitos adversos:
Os efeitos adversos mais comuns que levam a retirada do DIU são o aumento do sangramento e da cólica menstrual (exceto naqueles com progestágenos) - 5 a 15% de retirada/ano.
Infecções
As infecções relacionadas ao uso do DIU ocorrem por contaminação prévia da cavidade uterina ou durante a inserção, quando pode haver contaminação da cavidade uterina pelos germes da flora vaginal. A colocação adequada, com todos os cuidados de anti-sepsia, não aumenta o risco de infecção.
O DIU não deve ser colocado em pacientes que têm risco aumentado de doenças sexualmente transmissíveis: múltiplos parceiros, relações poligâmicas, início precoce das relações. O comportamento sexual da usuária é que determina o risco de infecção em usuárias de DIU.
Gestação na cavidade uterina
Existe uma chance aproximada de 50% de abor-tamento. O DIU pode ser removido sem a instrumentação da cavidade uterina, principalmente se em controle com ultrasom for verificado que o DIU está abaixo do saco gestacional.
Colocação do DIU
O DIU pode ser colocado após o parto, aborto ou durante o ciclo menstrual, preferen-temente durante a menstruação. Geralmente coloca-se durante a menstruação, pois nesse período o colo está discretamente mais aberto e também porque temos certeza de que não existe gestação.
A inserção do DIU pode causar algum desconforto, eventualmente, necessitando algum tipo de analgésico e o uso de analgésicos algumas horas após a inserção.
A presença de infecção vaginal é contra-indicação à inserção do DIU. Deve ser tratada a infecção e só após será inserido o DIU.
Contra-indicações
Pacientes com risco de doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Mulheres com anormalidades da cavidade uterina, como a presença de miomas submucosos ou útero bicorno (malformação uterina que consiste em haver dois corpos uterinos).

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