O blog JIdiario agora é portal JInews.com.br, com muito mais interatividade e conteúdo atualizado a todo momento. Acesse e confira.

quarta-feira, 17 de março de 2010

COLUNISTA - Elza de Mello


Nuances de Vidas em Crônicas (32)


O passeio de domingo me levava pela estrada geral da Boa Vista. Aqui e ali, eu ia observando as mudanças dos últimos anos. As famílias que conheci quando ia diariamente à escola, estão mudadas. Já são os filhos e os netos que moram no lugar e tocam a vida de forma bem diferenciada. Há boas casas e moradas muito bem conservadas. Os velhos pomares, os engenhos de farinha e os rostos conhecidos não mais existem. A população é jovem, ainda que conserve o mesmo patrimônio agora subdividido. Em minha observação passei pela rodovia Antônio Pedro Cândido e segui rumo a Coqueiros.
As mudanças continuaram e passei pela placa de identificação da Vila São Sebastião, que não está ainda incluída entre as localidades içarenses as quais eu escrevi e descrevi. Distante da estrada, segue um acesso difícil e que em dias de chuva, torna-se quase intransitável. Mas lá estão içarenses laboriosos e que participam da igreja católica de Coqueiros, razão para que eu tão bem conheça a comunidade de São Sebastião. Logo em seguida avistei o destino ao qual buscava no meu passeio domingueiro.
Ali estava o arvoredo com espécies nativas, entre elas um belo garapuvu, o cafezal e, sobretudo, a vertente protegida por árvores. Foi a vertente que deu possibilidade para que os pioneiros permanecessem no lugar e tocassem a rústica indústria, o engenho de farinha de mandioca no início do século 20.
Parece que o tempo não passou pela morada. Não fosse pela casa de madeira enegrecida e de beirados em desnível e que serviu de lar à família de Manoel Bento Borges, diríamos que a morada é dos tempos atuais e que não está na quarta geração. É o tempo marcado no relógio da vida, onde as lidas diárias empurram o ponteiro das horas. Mas, co-mo não encontrei a pessoa que procurava, subi o acesso para a Lagoa dos Esteves.
A cerca de arame marcava o futuro condomínio que será lançado em breve. A vista é maravilhosa. Avista-se as lagoas e, acima das casas e da vegetação, o mar até perder-se no horizonte. Parece que Deus com leves pinceladas, tirando da paleta cores variadas, pintou na natureza esta bela paisagem.
Na volta passei pela casa da dona Pedra e do seu Laureano, em busca da pessoa que procurava. Haviam me informado que ela tinha ido em casa dos pais. Aproveitei, então, a ocasião para um dedo de prosa. dona Pedra falou da vida, da família, das recordações e me deu de presente doces saudades de um tempo distante.
Valeu o meu domingo como um dos melhores passeios que se possa fazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário