(Maso Nyetto/Jornal Içarense)
Depois da falta da médica responsável pelo plantão do Pronto Socorro do Hospital São Donato na sexta-feira, dia 11, uma a-cusação feita pelo vereador Jurê Carlos Bortolon mostrou que o problema persistiu no hospital,também, no sábado, dia 12.
“O meu filho precisou de atendimento sábado de manhã no Pronto Socorro e, quando chegou lá, não tinha médico. Então, ele me ligou e, como vereador, fui saber o que estava acontecendo. Ao chegar, vi várias pessoas desanimadas, sem atendimento. As funcionárias pediam para eles irem para o Posto de Saúde 24 horas da Próspera ou para o Hospital São José”, relata Bortolon.
O vereador lamenta a situação e questiona a aplicação do dinheiro do convênio feito entre a Prefeitura Municipal de Içara e o hospital, que chega em torno de R$ 90 mil por mês.
“A população não pode viver no descaso. De que a-dianta fazer abraço ao hospital; ter material humano, como enfermeiras e funcionários; se não tem médico para consultar? Meu filho teve que ser medicado no Hospital São José. Então, que a prefeitura faça convênio com o São José, se for para o içarense ser atendido lá”, reclama.
O prefeito Gentil Dory da Luz disse que soube através de algumas pessoas sobre o problema e que vai cobrar prestação de contas. “Vamos pedir relatório mensal para saber onde foi investido o dinheiro do convênio e quais os médicos que estiveram de plantão. Pois, médico que não trabalha não pode ser pa-go”, destaca o prefeito.
O chefe do Executivo relata, ainda, que conversou com o presidente do hospital, o vereador Acirton Costa. “Eu disse a ele que estava muito triste, por que funcionários do São Dona-to estavam falando que a culpa era da prefeitura. Ele me disse que ia conversar com o pessoal. A prefeitura só quer ajudar, tanto que repassa mais de R$ 1 milhão ao ano para a instituição”, salienta.
Para a gestora de Saúde de Içara, Mi-ra Dagostin, o problema é “questão de gestão”. “A prefeitura faz o repasse do dinhe-iro do convênio em dia. É como se nós comprássemos o serviço de e-mergência. O dinheiro es-tá sendo dado em troca do atendimento à população. Então, cabe à gestão do hospital manter a emergência funcionando, com os profissionais necessários”, adverte Mira.
Ainda de acordo com a gestora, a Secretaria de Saúde tem tentado cobrar da instituição. “Nós até tentamos cobrar do hospital a falta de médicos. Mas, a Se-cretaria só pode intervir a-través de uma comissão de avaliação, que se reúne mensalmente, formada pela própria Secretaria e conselhos local, estadual e regional. A prefeitura não pode intervir na administração do hospital, pois é uma instituição filantrópica, com diretoria constituída”, observa Mira.
O presidente da Câmara Municipal de Içara, Dar-lan Bitencout Carpes, que recentemente entregou ao hospital um cheque de R$ 30 mil, recurso proveniente da devolução de verbas da Câmara ao Executivo, declarou que “vai conversar com a direção da instituição de saúde. Pois o objetivo do repasse do dinheiro é ajudar o hospital, para que tenha um atendimento razoável e decente”.
O Legislativo firmou compromisso de devolver ao Executivo de cerca de R$ 16 mil por mês, para que o mesmo repasse ao Hospital São Donato.
Durante todo o dia de ontem, segunda-feira, a reportagem do Jornal Içaren-se tentou entrar em contato com a diretora administrativa do hospital, Cleide Geremias; além do presidente da instituição Acir-ton Costa; e o diretor técnico, Roberto Omomo, para pedir a posição sobre a falta de médicos. Os mesmos não foram encontrados.
Cleide comunicou, sexta-feira, que médicos já tinham sido chamados para cobrir o plantão da profissional que havia faltado.
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