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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

VARIEDADES - Ex-vereador de Içara lança livro sobre vida e política

O ex-vereador de Içara, José João Rabello, lança, no dia 25 de fevereiro, na Casa da Cultura Padre Bernardo Junkes, livro autobiográfico da sua trajetória na época da Ditadura Militar.

(Bruna Borges/Jornal Içarense)

José João Rabello tem o registro de nascimento em 1º de outubro de 1934, na cidade de Laguna. Porém, nem ele mesmo tem certeza de sua origem. Rabello é fi-lho de mãe solteira, que fa-leceu quando ele era ainda menino. Na juventude foi criado por pais adotivos.
Mesmo com a vida difí-cil, que o empurrava para caminhos tortuosos, até hoje ele guarda e aplica os ensinamentos dos pais.
“De tanto ouvir que ga-rotos na minha situação a-cabavam nas drogas ou na criminalidade, comecei a estudar os casos, ao longo de 40 anos, e vi que não era bem assim. Hoje, aos 76 a-nos, sou uma pessoa de bem, tenho seis filhos, dez netos e dois bisnetos”, diz.
A história de vida de Ra-bello, entrelaçada aos a-contecimentos políticos da época de sua juventude, é contada no livro ‘Sob a Luz do Amor’, que será lança-do na próxima sexta-feira, dia 25, às 19h30min, na Casa da Cultura Padre Ber-nardo Junkes.
“O livro relata, além da minha história pessoal, acontecimentos ligados aos ex-presidentes Getúlio Vargas, João Goulart e Jus-celino Kubitschek. Falo também sobre o golpe mili-tar de 1964, do qual fui víti-ma”, comenta.
José João Rabello, popu-larmente chamado de Zé Rabello, foi eleito vereador de Içara em 1962, pelo PTB. “Assumi o cargo em 1963, ficando até 1966. O PTB foi extinto e ajudei a fundar o MDB, que em seguida tam-bém deixou de existir. En-tão, fui um dos fundadores do PMDB, partido pelo qual me candidatei a pre-feito de Içara em 1982”, conta o político.
Rabello perdeu a eleição para Artur Zanolli, por 23 votos. Em 1985, com o aval de cinco diretórios do par-tido na Região Sul, o ex-candidato a prefeito pas-sou a ocupar o cargo de a-gente da Previdência Soci-al em Criciúma, função que exerceu até se aposentar, em 1991. “Na época, repre-sentantes do Partido da Reconstrução Nacional (PRN), do então presidente Fernando Collor de Mello, pediram que eu assinasse um documento me filiando à sigla. Não aceitei por não concordar com a ideologia partidária deles. Com isso, perdi metade da minha a-posentadoria. Mas, não me arrependo. Dignidade aci-ma de tudo”, fala Rabello.
Para o ex-vereador, nos dias de hoje, todos os par-tidos políticos são iguais. “Antigamente as siglas ti-nham um estatuto, uma i-deologia. Havia os de es-querda, direita, etc. A par-tir do golpe militar, os par-tidos políticos brasileiros passaram a ter ideias igua-is. Agora todos estão coli-gados”, reprova.
Rabello conta que é do tempo em que vereador não recebia salário.
“Em 1962 comprei uma bicicleta para poder ir às sessões da Câmara. Além de não recebermos salário, não ganhávamos condu-ção. Naquela época tam-bém não se gastava em campanha política, como é feito hoje. Atualmente, a grande maioria da popula-ção recebe favores em troca do voto. Acho que cada po-vo tem o governo que mere-ce”, opina Zé Rabelo.
O livro autobiográfico do ex-vereador foi escrito por Gesiel Gonçalves, possui 187 páginas e será publica-do pela Editora Soller.

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