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terça-feira, 19 de abril de 2011

VIDA e Comportamento



Páscoa, Coelho
e Fertilidade


A fartura do consumo e a fartura da oferta se apro-ximam da fertilidade e renascimento das comparas da Páscoa. Falamos que os ovos e os coelhos são sím-bolos de prosperidade e fertilidade, associados ao renascimento e a Ressurreição. Assim, podemos co-memorar a ressurreição do comércio, do consumo do peixe, do bacalhau da sexta feira santa e do consumo insano de chocolate. Afinal a ressurreição é muito ma-ior para aqueles que necessitam vender e suprir os anseios comerci-ais e econômicos.
Não podemos deixar de conver-sar a respeito da tristeza da sexta feira santa. O es-tranho é que a tris-teza é relativa a um homem que morreu há 2000 anos aproximadamente. E toda tristeza é obrigatória, pois não podemos fazer festa neste triste dia, onde foi morto um homem. Engraçado é que nos milhares de mortos de todos os dias, não temos sequer um minuto de tristeza, pois não temos tempo. Qual simbolismo desta tristeza?
Atendo diariamente crianças vitimas de violência, crianças vitimas do crack, crianças vitima de estupro; pais que tem os filhos foiçados pelas drogas; mas a estes não temos feriadões e nem sequer dias tristes.A cada um que curta seu próprio dia e sua própria tristeza. Mas que a tristeza da Sexta Feira Santa possa ser curtida e regada a peixe e, de preferência, bacalhau com vinho do Porto. Afinal a tristeza tem que ser re-gada a um clima festivo de consumo. A um longo período de prosperidade e fertilidade do comércio. A-liás, aos que tentam se manter em dieta, meus pêsames. Pois a eles é indicado uma ausência de dieta e um ex-cesso de consumo. Aos diabéticos, que a insulina pos-sa fazer efeito e sua gula respeitada. Pois do comércio não importa o respeito, importa mesmo é o consumo e prosperidade do renascimento econômico.
A todas as crianças que não compreendem o que o coelho tem haver com o ovo, minha tristeza. Pois para todo comércio e todos os cartões de crédito batem so-lenemente a alegria do consumo e do renascimento dos gastos. A quem não pode gastar resta a tristeza e frustração de não conseguir suprir os anseios do re-nascimento econômico, forçado e construído em uma sociedade de consumo que pouco importa o sentido primeiro. E este sentido primeiro é de desenvolvimento de consciência, e de prosperidade moral e de dar-se conta de nossas falhas e de nossos percalços. Mas isto é assunto para outro dia, pois afinal o que importa é o consumo e a orgia gastronômica que se faz presente nestes longos dias do feriado da Páscoa.]

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