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quarta-feira, 4 de março de 2009

Edição 1574: POLÍTICA - Bancos do município desconhecem a lei que limita o tempo de espera dos usuários

O vereador Osmar dos Santos solicitou na Câmara Municipal, no dia 19 de fevereiro, que o prefeito Gentil da Luz tomasse conhecimento aprofundado da lei para fazê-la funcionar urgentemente em Içara.

Enfrentar uma fila passa a ser o grande desafio da sociedade contemporânea, onde, para a maioria, "o tempo é precioso". Esse é o caso do agricultor Erani Souza Réus, que deixa todos os afazeres da lavoura e chega a esperar mais de uma hora nas filas de banco. "Já esperei muito aqui sentado, tem época em que eles não dão conta e a situação fica pior", contou Reús.
O caso do agricultor é semelhante ao de muitos trabalhadores da região que dependem do banco para pagar contas, realizar empréstimos e movimentar remunerações. Essas pessoas passam grande parte do dia enfrentando essa longa espera.

Pensando nisso, o vereador Osmar dos Santos (PP), o Marzinho do Pereira, incluiu na pauta do dia 19 de fevereiro um pedido para o funcionamento da lei no município. De acordo com ele, nenhum das agências bancárias de Içara cumprem a decisão criada em 26 de maio de 2004, a lei 2013, que determina o limite de tempo que cada consumidor pode esperar nas filas.

O Jornal Içarense, junto ao vereador, foi aos bancos do município para conferir a informação. A visita se deu em duas instituições bancárias: Banco do Brasil e Banco Itaú.

No Banco do Brasil, as pessoas relataram que diariamente esperam mais de 40 minutos para serem atendidas. "A fila é enorme. Em época de pagamento, o transtorno é ainda maior", contou a professora Maria Helena dos Santos, ressaltando que o fato ocorre em todos os bancos da cidade.

Depois de ouvir todos os relatos, a representante do Jornal Içarense e o vereador Osmar dos Santos se direcionaram ao gerente do banco, a quem apresentaram a lei sancionada em 2004. "Realmente essa lei existe e nós fazemos tudo o que é possível para fazê-la funcionar", afirmou o gerente Olacir Restelatto. O mesmo mostrou no documento que a lei só previa o atendimento nos caixas. Entretanto, os relatos da espera no caixa foram superiores ao tempo determinado pela lei.

No Banco Itaú, o movimento era pequeno e as pessoas não relataram cansaço na espera. Contudo, o artigo 2º da lei, que exige a existência de senhas e horários, não é disponível na agência. "Nós não tínhamos conhecimento dessa lei. Agora vamos analisá-la", confessou o gerente Fernando Cardoso.

O Bradesco também foi visitado. De acordo com os clientes, o tempo que os usuários ficam na espera ultrapassa os 40 minutos. Os sistemas de acesso à senha até existem no local, entretanto, não funcionam. O gerente administrativo, José Augusto Meller, alegou que o serviço só não funciona porque "os clientes criam as filas, sem querer pegar a senha". Depois de falar isso, ele foi questionado quanto ao funcionamento do painel: "se este recurso não funciona, como é que os clientes pegarão as senhas?", sem reposta, o gerente disparou com o "argumento" seguinte: "essa questão só pode ser respondida pelo gerente geral".

E assim acontece com todos os bancos do município. O Besc também não obedece ao tempo limitado. De acordo com a cabeleireira Jadna Clarindo, foram necessários mais de 40 minutos só para retirar um talão de cheques. "É uma falta de respeito! A fila era enorme e só tinham duas pessoas atendendo", desabafou Jadna.

Fotos: Kelley Alves (Jornal Içarense)
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