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sábado, 29 de agosto de 2009

COLUNISTA - Viviane MARAGNO: A violência sexual como doença (Parte 1)

Pedofilia, estupro, assédio e exploração sexual são considerados violência e abuso sexual.

Existem quatro categorias distintas de abuso sexual:

  • Pedofilia
  • Estupro
  • Assédio Sexual
  • Exploração Sexual Profissional

Em todas elas, existe necessidade de tratamento tanto dos abusadores, quanto das vítimas. Não é raro ocorrer que a vítima torne-se um abusador no futuro.

Pedofilia (Abuso de Menores, Incesto, Molestação de Menores).

A pedofilia é um transtorno parafílico, onde a pessoa apresenta fantasia e excitação sexual intensa com crianças pré-púberes, efetivando na prática tais urgências, com sentimentos de angústia e sofrimento. O abusador tem no mínimo 16 anos de idade e é pelo menos 5 anos mais velho que a vítima.

O abuso ocorre em todas as classes sociais, raças e níveis educacionais.

A grande maioria de abusadores é de homens, mas suspeita-se que os casos de mães abusadoras sejam sub-diagnosticados.

Existem 4 faixas etárias de abusadores:

  • jovens até 18 anos de idade, que aprendem sexo com suas vítimas;
  • adultos de 35 a 45 anos de idade que molestam os filhos ou os dos amigos ou vizinhos;
  • pessoas com mais de 55 anos de idade que sofreram algum estresse ou alguma perda por morte ou separação, ou mesmo com alguma doença que afete o Sistema Nervoso Central;
  • e aqueles que não importa a idade, ou seja, que sempre foram abusadores por toda uma vida.

O sexo praticado com crianças geralmente é orogenital, sendo menos frequente o contato gênito-genital ou gênito-anal.

As causas do abuso são variáveis. O molestador geralmente justifica os atos, racionalizando que está ofertando oportunidades à criança de desenvolver-se no sexo, ser especial e saudável, inclusive praticando sexo com permissão. Pode envolver-se afetivamente e não ter qualquer noção de limites entre papéis ou de diferenças de idade.

Quando ocorre dentro do seio familiar (o abusador é o pai ou padrasto, por exemplo), o processo é bastante complicado. Normalmente interna-se a criança para sua proteção, e toda uma equipe trabalha com o clareamento da situação. Por vezes, a criança é também espancada e deve ser tratada fisicamente.

A família se divide entre os que acusam o abusador e os que acusam a vítima, culpando esta última pela participação e provocação do abuso. O tratamento, então, é inicialmente direcionado à intervenção em crise. Depois, tanto a criança, quanto o abusador e a família devem ser tratados a longo prazo.

Devido ao fato de abuso de menores ser um crime, o tratamento do abusador torna-se mais difícil.

As consequências emocionais para a criança são bastante graves, tornando-as inseguras, culpadas, deprimidas, com problemas sexuais e problemas nos relacionamentos na vida adulta.

Estupro (Violência, violação e ataque sexual).

O Estupro é definido como o ato físico de atacar outra pessoa e forçá-la a praticar sexo sem consentimento. Pode ser um ataque homossexual ou heterossexual, estando a pessoa consciente ou não (sob efeito de drogas ou em coma).

Geralmente o estuprador é homem e tem sentimentos odiosos em relação às mulheres, sentimentos de inadequação e insegurança em relação a performance sexual. Pode apresentar desvios sexuais como o sadismo ou anormalidades genéticas com tendências à agressividade.

A vítima normalmente é estigmatizada, havendo uma tendência social de acusá-la direta ou indiretamente por ter provocado o estupro. Sente-se impotente até mesmo em delatar o estuprador, que muitas vezes é alguém já conhecido, sentindo-se muito culpada e temerosa de represálias.

Muitas vezes, pode sentir que o estupro não foi um estupro, que foi uma atitude permitida e de responsabilidade dela. Tal atitude dificulta o delato do crime. Os sentimentos de baixo auto-estima, culpa, vergonha, temor (fobias), tristeza e desmotivação são comuns.

A ideação suicida pode piorar o quadro. São comuns sintomas similares ao Estres-se Pós-Traumático (Transtorno de Ansiedade comum em soldados pós guerra).

Continua...

A violência sexual como doença (Parte 2)

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