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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

COLUNISTA - Walterney Réus

Feliz Reveillom, Hoje!!!!!!!!!!

Diz o meu amigo Google que esse negócio de Ano Novo, para nós, ocidentais, tem origem num decreto do Imperador Romano Júlio César, que lá pelo ano 46 Antes de Cristo, quando ele fixou o 1º de janeiro como o dia do Ano-Novo. Os romanos dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões, que tinha duas faces: uma voltada para frente e a outra para trás (o tal Jano devia ser um deus meio indeciso).
Assim sendo, a cada ano repetimos o ritual, propondo um “ano-novo” uma “vida nova” a partir da hora zero do dia 1º de janeiro (se bem que a galera deixa pra lá o fato de ser horário de verão, o que importa é a festa), seja comendo lentilhas, carne de porco, seja vestindo branco, amarelo, seja pulando ondas.
Não sei quando passamos a designar a passagem de ano novo como sendo “O REVEILLON”. Mas sei, de novo, graças ao meu inseparável amigo google, que a palavra Reveillon deriva do verbo francês Réveiller que significa “Despertar”. Aí, sim, me parece que a apropriação do termo foi perfeita.
Isto porque a partir do uso da expressão reveillon para designar ano novo, tenho comigo que a proposta passa a ser de construirmos um ano novo a qualquer momento. Não importa se em janeiro, março ou setembro. Importa que o Ano Novo passa a ser um momento especial, muito pessoal.
Quando um pai de família, em estado de desespero pela tenebrosa concretude do desemprego, consegue, finalmente, um emprego, é ano novo para ele no dia em que recebe o crachá, pisa na empresa.
Quando o jovem, ou a jovem (porque as meninas estão assimilando rapidamente os defeitos dos meninos, mas não suas virtudes) nega um “teco” na maconha, uma carreirinha de cocaína, um “pico” do que for, ou mesmo um gole do Johnnie Walker que o pai mantém em casa, é um senhor reveillon para ele, para ela, porque aponta o despertar de uma consciência madura.
Quando, ainda, alguém, na escuridão de sua solidão resolve, decide libertar-se de um vício qualquer (vício é qualquer conduta que invalida a vida porque impede seu portador de promover as ações mais corriqueiras, tornando-o escravo daquilo que já não quer mais) esse dia é Ano Novo, é reveillon.
Quando você vence um obstáculo aparentemente intransponível, e sente o vento da vitória refrigerar o corpo quente da batalha, aquele instante é seu Ano Novo, e que Ano Novo, que prazeiroso reveillon.
Quando o pai, a mãe, o filho, a filha, o esposo, a esposa, supera o doloroso momento de luto, compreendendo que seguir a vida com a intensidade e a integralidade que ela exige não significa desrespeito a quem partiu, pelo contrário, significa, sim, muito respeito e valor, eis aí, nesse dia, um notável Ano Novo a ser comemorado como um renascer.
Enfim, é sempre Ano Novo quando encontramos nossa redenção, nossa vitória, quando redescobrimos a vida, redefinimos nossos horizontes. É sempre reveillon quando despertamos para aquilo que olhamos mas não vemos, que escutamos mas não ouvimos, que falamos mas não sentimos. O engraçado é que estamos carecas de saber disso, de “sentir” que é assim mesmo. Mas, por questões muito pessoais e mentais, preferimos ficar na superficialidade e no reducionismo de comemorações destrambelhadas de uma meia noite que nem meia noite é, brindando, esbaforidos, irritados e, muitas das vezes sem o menor interesse, a chegada de um ano que há muito não nos impressiona mais.
Quem decide quando será Ano Novo na sua vida; quem decide a data do reveillon que merecerá um brinde e muitos abraços, é você, não um decreto baixado por Júlio Cézar há 2056 anos.

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