Não são de hoje as críticas e reclamações dos moradores e veranistas do Balneário Rincão em relação as ruas, visto que algumas delas estão intransitáveis. A Rua Antônio Manuel Machado, próxima a Igreja Sagrada Família, na Zona Sul, é uma delas.
A moradora do Balneário Rincão, Maria Canever da Silva, flagrou, nos dias 11 e 12 de janeiro, um caminhão da Administração Municipal de Içara, placas MCM-7822, vendendo a areia retirada das dunas. “O caminhão estava lá para abrir a rua, que estava sendo invadida pelas dunas. Várias pessoas comentaram que o motorista estava levando areia a aterrando os lotes particulares”, ressalta a moradora, que foi até o local para verificar se a história era verdadeira. “Quando o motorista percebeu que estava sendo fotografado, ele começou a espalhar as areias nas dunas”, completa. “Eu tenho certeza de que ele vendeu aterrou um lote, pelo preço de R$30,00”, confirma.
Segundo Maria, o condutor do caminhão foi até a loja de materiais de construção que possui, tentando intimidá-la. “O que mais me deixa indignada, é que essa areia que está sobrando, poderia ser usada para aterrar as ruas, ao invés de ser vendida. Aqui perto da igreja, só uma rua tem condições perfeitas para ser transitada”, critica. Ela relata que ligou para o Ministério Público de Criciúma, mas que eles precisavam de fotos, e que foi enviado um e-mail com vídeos. No entando, eles ainda não foram conferir a denúncia.
A Polícia Ambiental também foi acionada, mas a guarnição estava numa ocorrência na cidade de Nova Veneza.
O secretário de Obras de Içara, José Eloir do Nascimento, foi na manhã de ontem até a loja de materias de construção, na qual Maria é proprietária, para conferir o fato. “Eu fui indagado sobre isso, e fui até lá para ela identificar a residência e o funcionário que fez isso”, explica o secretário. No entanto, o comprador do material não foi revelado. “Irei ter uma reunião com a equipe da sub-prefeitura de Içara, para verificação do que aconteceu. Caso seja confirmado, entrarei com um processo administrativo contra o funcionário. Isso é o tipo de coisa que não pode acontecer”, justifica. Uma nova visita foi agendada, para Nascimento pegar as fotos e dar início ao processo de investigação.
A respeito das ruas, algumas já estão sendo pavimentadas. “Na quarta-feira foi realizado o patrolamento de algumas estradas. Na sexta-feira passada, fizemos um estudo daquelas que precisavam ser arrumadas”, explica.
O analista processual do Ministério Público de Cri-ciúma, Cléber Lodetti de O-liveira, confirmou a versão. “Recebemos uma denúncia que havia um caminhão e uma patrola retirando areia que estava sendo vendida como aterro. Pedi que ela viesse até aqui, mas ela enviou um e-mail com um vídeo que só mostrava areia e outro que não abriu.”, explica. “Com os dados recebidos, não seria possível ter a noção do local. Precisamos de todas as informações completas”, finaliza o analista.
O responsável pela Polícia Ambiental, Cabo Donizette, também confirmou as informações. “Há uma demanda muito grande de crimes e nosso efetivo está reduzido. Assim que os conseguirmos solucionar os outros casos, iremos atrás desse”, ressalta.
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