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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

COLUNISTA - Elza de Mello


Aquém dos trilhos Vidas em Crônicas (1)

A entrada em um ano novo nos traz uma série de expectativas e, também, reminiscência de um tempo já posto. Sobretudo por estarmos no rumo dos cinque-nta anos de emancipação político-administrativa de Içara. E quando nos reportamos ao município, ele es-tende-se para alem e aquém da cidade sede.
O mês de janeiro seguia as oitavas de natal com a entrada da Epifania já entre os festejos do padroeiro da comunidade de Urussanga Velha. E encerrando o ciclo das Cantorias de Reis, seguia-se a semana de novenas, o preparo do mastro do Santo São Sebastião, onde ficava exposto a bandeira da Confraria do Santo, até o dia do ápice festivo, 10 de janeiro, dia consagrado ao Santo protetor dos homens e dos animais.
Desde 1870, a festa de São Sebastião de Urussanga Velha era uma verdadeira romaria. Na semana festi-va, o pátio era enfeitado com içarobas em profusão e muitas bandeiras de papel recortados e rendados. For-mava-se uma grande fogueira para, em determinada hora, fazer a queima de bambus. Essa queima resulta-va em um espetáculo similar a uma queima de fogos de artefícios. Os bambus estouravam por longas horas, e as labaredas levantavam até grandes alturas, nas cores azul, amarela e vermelha. Era uma verdadeira girândola. O povo aplaudia e dava vivas pela beleza do espetáculo. Enquanto uns iam formando a foguei-ra, outros preparavam o mastro, outros ainda levan-tavam a cerca do curral para receber os gados que e-ram doadas para os leilões. Depois o fabriqueiro no-meava alguém para fazer a escolha do boi que iria servir para a brincadeira da tourada do boi na corda ou do boi na vara. Para a brincadeira da tourada do boi na corda era preparada uma equipe treinada, para que não houvesse nenhum acidente. Mas o mais co-mum era o boi na vara onde todos poderiam brincar com o boi sem perigo algum. Se aparecesse um touro forte, havia sempre a idéia de fazer uma briga de touro, com apostas no campeão.
Outra atração marcante da festa de São Sebastião era a apresentação da banda de música. O fabriqueiro sempre contratava a banda, que era muito aplaudida.
De Laguna, Jaguaruna e, mais tarde de Araranguá, a banda era um ponto alto do festejo. Depois da missa eles ficavam tocando música ou hinos cívicos que o povo aplaudia com entusiasmo. Na hora da procissão, a banda acompanhava o andor do Santo que saia pe-la rua, levado no andor, com todas as honras de um padroeiro. Era um verdadeiro espetáculo sociorre-ligioso a festa de São Sebastião!

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