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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

De olhovivo no Rincão

Rincão e sua bela capela

A Capela do sé-culo passado carre-ga em sua arqui-tetura contempo-rânea a beleza do criador, que foi complacente com os católicos desta fatia exuberante do mar. Movido pela fé não mediu esforços para a construção de um recinto religioso.
Construída em 1943, a primeira i-greja do Balneário Rincão, tornou-se Patrimônio Histórico Cultural do município, em 1988. Em 1997 tornou-se o “Museu Arqueológico da Igrejinha Nossa Senhora dos Navegantes”. Visitei-a numa manhã ensolarada, buscava a história das gerações que se afas-taram de nós e partiram para outros mares. Há uma do-çura misturada com dores, naquela Capela... De mansinho, aproximei-me da porta da igreja, meus cabelos voavam embalados pela brisa do mar, tão familiar. Pensei “sem-pre senti esta suave mão em meu hemisfério esquerdo, fechei os olhos e me entreguei ao puro mistério, senti saudades da minha mãe, que acariciava meus cabelos as-sim...” Observei as pessoas visitando o ambiente, nin-guém falava nada, certamente desejavam saber as histórias dos índios que habitaram Içara. Curiosos e apreciadores da cultura local, olhavam-se de soslaio, infiltrados por entre as imagens vindas dos sítios arqueológicos. Es-queletos, louças e fotos contavam os segredos de um sé-culo passado. Flutuavam por entre os objetos e com certeza voltaram ao tempo em que os Vicentinos mataram aqueles corpos ou os escravizaram, segundo a história real.
Comovi-me várias vezes, porque os índios foram mal-tratados no início da nossa história. Uma lágrima teimosa cai sobre a barra do meu vestido. Sensibilizei-me porque tive a sensação de estar diante de um ser humano igual a mim, e teve uma morte extremamente dolorosa. Num folder a imagem de um padre escavando o solo em busca de objetos ou corpos. Diante do corpo que extraia da terra, atenção e dedicação expressa na gravura, e imaginei que sua descoberta lhe trouxe alegrias, tristezas e realizações.
É um luxo, o azul e branco desejando a paz que vem das águas puras do Rincão. A simplicidade é o mistério da ca-pelinha misteriosa... Ah, não me falem que ela está adormecida e pálida, porque só consigo ver seu esplendor. Como é bela esta CAPELA!!!!
Fátima Pavei - Historiadora

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