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quinta-feira, 14 de abril de 2011

POLÍTICA - Câmara propõe abaixo-assinado em prol dos produtores de fumo

Os vereadores de Içara chamaram orientadores e produtores de fumo para uma reunião junto com entidades rurais do município a fim de discutir alternativas para novas culturas na cidade.

(Bruna Borges/Jornal Içarense)

As Consultas Públicas (CPs), de nº 112 e nº 117, propostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no final de 2010; e a Resolução nº 314/10 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL); ameaçam a continuidade da produção de fumo no sul do Brasil.
As determinações do Governo Federal, que preocupam os agricultores de Içara, foram pauta de reunião na Câmara Municipal, terça-feira, dia 12.
O Legislativo tomou a frente da discussão a fim de encontrar alternativas para ajudar os produtores que dependem do fumo pa-ra sobreviver.
Estiveram no encontro representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Içara, da Secretaria de Agricultura de Içara, da Empresa de Pesquisa Agro-pecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), da Cooperaliança, produtores e orientadores de fumo.
“Diante da atual situação da fumicultura, em que há uma redução do plantio e produtores, por conta da queda do consumo de cigarros no mundo; esta-mos buscando alternativas para que estes trabalhadores continuem na agricultura”, explica o presidente do sindicato rural, Jair D'Estefani.
Para D'Estefani, é um absurdo a resolução nº 314 da ANEEL, que classificou a produção de fumo como não sendo atividade rural e, por conta disso, cancela o desconto na fatura de e-nergia elétrica do produtor fumageiro.
“O governo está perseguindo muito quem planta fumo. Eles têm que encontrar um meio termo, pa-ra que todos os lados saiam beneficiados. Temos que fazer um planejamento a fim de diminuir a produção, para que os que estão na atividade mantenham o lucro”, ressalta.
D’Estefani enfatiza que é preciso ajuda das lideranças políticas. “Política é para isso. São os políticos que definem o rumo da sociedade. Como a maioria dos agricultores de Içara sobrevive do fumo, todo o município vai sentir na economia”, observa.
O vereador André Maz-zuchello Jucoski, o Polaki-nho (PSDB), defensor mais ativo da causa dos fumi-cultores do Legislativo, conta que a Comissão de Agricultura da Câmara e as entidades presentes na reunião, junto com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Içara, Associação Empresarial de Içara (AC-II) e instituições religiosas do município; vão discutir a possibilidade de se fazer um abaixo-assinado.
“Sabemos que a plantação de fumo em Içara não vai acabar do dia para a noite. Por isso, vamos propor um abaixo-assinado para ser enviado a ANEEL, solicitando que eles anulem a resolução ou refaçam, para que a classificação dos produtores de fu-mo seja definida como atividade rural e, com isso, eles continuem recebendo desconto na tarifa de energia”, informa.
Polakinho diz que durante a reunião a Epagri e a Secretaria de Agricultura comprometeram-se a dar assistência aos agricultores. “Queremos conversar com todas as entidades de Içara. Pois, essa não pode ser uma preocupação só nossa, mas sim de toda a sociedade”, reforça.
O vereador ainda quer o apoio do presidente do Le-gislativo, Darlan Carpes (PP), para que a Câmara ajude na divulgação do a-baixo-assinado.
O produtor de fumo da comunidade de Espigão, no bairro Vila Nova, Luis Carlos Monaretto, reclama que estão todos contra o fu-mo. Ele gostou da reunião porque as lideranças mostraram vontade de ajudar. “Os vereadores e os outros falaram que nos apoiam. O fumo está muito defasado. Está todo mundo contra, dizendo que o fumo prejudica a saúde. Porém, outras culturas que levam agrotó-xicos prejudicam muito mais”, diz o agricultor.
Para Monaretto, se os fu-micultores perderem o desconto na tarifa de energia, não haverá condições de continuar trabalhando na lavoura, em Içara.

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