Há mais de quarenta e cinco anos no exercício em Içara, Mário Antônio Rodrigues é um dos raros profissionais que ainda trabalham no negócio de consertos de sapatos, com capricho.
Hoje em dia, quem tem sapato com defeito, ou joga fora, ou doa, ou ainda troca na loja em que comprou, não por falta de vontade de consertar, mas simplesmente porque está cada vez mais difícil encontrar quem saiba reparar um sapato.
Aqui mesmo em Içara, não há mais que dois ou três sapateiros. Nem por isso, deve-se escolher qualquer lugar para confiar o querido objeto danificado.
É por isso que agora tem-se oportunidade de conhecer Mário, o sapateiro.
Mário Rodrigues, 61 anos, casado, três filhos, tem o estabelecimento de consertos à Rua Anita Garibaldi, ao lado da Ferraria do Donato Dal Pont.
Há 45 anos atrás, começou a carreira como aprendiz. O instrutor concedeu que ele trabalhasse por dois anos só para aprender, de graça, isto é, sem remuneração.
Entretanto, a habilidade para a função era tamanha que, 15 dias após o início do “treinamento”, o próprio instrutor pediu à Rodrigues que aceitasse receber pelo trabalho.
Imagine, o leitor, o que mais de 45 anos de experiência não acrescentaram a este profissional nato.
Quem procurá-lo verá que ele poderá descrever com precisão qual o problema, o que deve ser feito e principalmente como deve ser feito, de forma que o cliente saiba exatamente pelo o que está pagando.
“O único problema mesmo é que muitos vêm deixar seus objetos aqui para reparo e, depois de prontos, não voltam para buscá-lo”, comenta desapontado o sapateiro.
O Procon dá um prazo de 90 dias para a retirada do objeto, mas Rodrigues espera meses, antes de doar para igrejas.
Além de um funcionário que o auxilia há 4 anos, ele também tem uma funcionária costureira, Vera Gomes Camilo, que costura e conserta mochilas e bolsas.
Fotos: Djonatha Geremias (Jornal Içarense)
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