Há dias li uma reportagem que dizia “escola faz festa junina para arrecadar fundos". A pergunta que ficou no ar: Qual escola não faz festa junina para arrecadar fundos? Das minhas observações empíricas, constatei poucas escolas, bem poucas.
As festas juninas têm o poder de reunir pessoas. A família se mobiliza, é roupa, o bigodinho, a compra do bingo e por aí vai. O problema é que toda essa agitação não envolve o maior papel da escola, que é a aprendizagem. O lucro é o objetivo principal da festa.
A festa junina deveria iniciar nas salas de aula. Resgatando a origem. Pesquisando com os pais e avós como eram as festas, a comida, os versinhos, os trajes.
A família já se sentiria parte da festa, não precisaria nem convite.
Os professores de História, principalmente, mas não só eles poderiam se esbaldar na riqueza de informações, das nossas colonizações. Seria um resgate da história das nossas origens, celebrar as tradições, mas com significado. A rosca de polvilho, o pé-de-moleque e o bolo de fubá, o pão-de-ló, a galinha assada, arrematados na hora, onde estão? A festa seria para fechar com chave-de-ouro os estudos, as pesquisas e entrevistas, feita pelos professores e alunos.
Hoje o que vimos são festas travestidas. A dança do “peão”, “cachorro quente” e outras bobagens copiadas de culturas estrangeiras. Estilizou-se de mais a festa, perdeu sua originalidade, beleza e o encanto.
Para as festas juninas acontecerem o lucro não poderá ser o objetivo principal. Se houver relação do passado com o presente, estaremos trabalhando para um futuro melhor. As famílias viriam naturalmente na festa. O lucro seria consequência e a escola arrecadaria para os gastos corriqueiros.
Dóris Iolanda Dagostin dos Santos, professora
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