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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

COLUNISTA - Elza de Mello



Nuances de vidas em crônicas (24)

Parada à soleira do 2010, recém chegado e anunciado em nossa terra e para a nossa gente, vislumbro outras entradas de ano novo. Sempre há em cada ano que se anuncia uma série de previsões. Não é difícil prever acontecimentos quando estamos ligados aos fatos, sobretudo aos atos administrativos. Sobretudo no novo ano, quando está para acontecer mais um ato eletivo.
Votar para a presidência da República, senado e Assembléias Legislativas: federal e estadual; juntamente com o governador do estado, é um grande fato eletivo. Não como negar de que o ano de 2010 será de muita movimentação partidária. E como haverá sempre alguns ranços políticos, a politicagem já se faz visível em todas as esferas. Cá para nós, içarenses, sobram as mazelas da última eleição municipal incrementada com o desdobrar da eleição do primeiro prefeito do Balneário Rincão.
Creio que os bares e outros redutos que fazem o senadinho da conversa e dos assuntos políticos e politiqueiros, nas comunidades do interior, estarão cheios de assuntos. Ah se clicássemos as cassetadas que costumam acontecer nesses locais, e com as figuras mais fantásticas, para não dizer folclóricas. O nosso vocabulário se tornaria mais rico e as sugestões de como fazer um bom governo estaria sendo oferecidas gratuitamente. Não precisamos de gestores este ou aquele quando o povo assume o comando de um governo nas portas de um bar ou de outro reduto masculino em localidades periféricas ou rurais. Afinal a voz do povo é a voz de Deus, afirma o político em campanha eletiva. Pena que quando esteja eleito e empossado sinta tanta aversão à voz do povo, do povinho e até do povão.
São quatro anos de distanciamento da voz de Deus. Arre! Ainda bem que um mandado não se faça de infinitude.
E assim pensando, tenho que tirar o chapéu para quem organizou as delimitações de tempos: as viradas do ano a cada 365 dias. É... ainda bem que a cada Ano que se inicia tenhamos um novo olhar. Nossas esperanças se renovam, fizemos nossos propósitos e colocamos os nossos fracassos no porão, tentando esquecer o que não foi legal em nossa vida a cada ano que se inicia. O Ano Novo é sempre planejado como uma nova vida que se inicia. E esta internalização do novo nos faz até vulnerável aos erros passados. Esquecemos os maus governos, as ingratidões do partido, os desvios nas associações, o desamor para com nossos mais sublimes empenhos e desempenhos. Que pena! Se não esquecêssemos tão fácil os quatro anos de uma administração, acertaríamos mais em novas escolhas. Seríamos menos passionais e mais reflexivos.
Mas, neste novo ano, não sejamos apenas pessimistas. Afinal se vivêssemos na infinitude do tempo, certamente teríamos uma depressão indescritível. Não haveria novos propósitos e ficaríamos na inércia do tempo infinito. Os governos seriam hereditários e muitos homens e mulheres não teriam o privilégio de verem as mudanças ocorridas a cada troca administrativa. Nossa vida seria apenas uma sucessão de dias. As utopias mais próximas de uma nação deixariam de ser sonhada e almejada. O cansaço estaria sempre presente no caminhar de uma jornada humana.
Então, bendigamos as divisões de tempo e as sucessões que acontece na sociedade. E que estas sucessões sejam de fato apreciadas com critério e sinceridade. Creio que ela é uma das convenções mais benignas em nossa vida.
Feliz 2010!

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