De olhovivo no Rincão

Queda do prédio dos Correios

Parece que foi on-tem, dizem as vítimas. Que alívio, a socieda-de já esqueceu, pen-sam os responsáveis pela tragédia. E o que dizem as autorida-des que cuidam do caso? Você sabe a res-posta? Estas mesmas per-guntas foram feitas no ano passa-do, vem sendo feitas há dois mil dias e as respostas. Nenhuma!
“Que país é este, nas favelas, no Senado... ninguém res-peita a Constituição” (Legião Urbana). Até quando vamos ter vergonha de ser honestos e ficar de braços cruzados vendo toda essa bandalheira? Para refrescar a memória de quem já esqueceu e aumentar o sofrimento de quem passou por aquilo, só estou trazendo à tona a tragédia do dia 10 de agosto de 2005, às 9h15min, pré-dio dos Correios de Içara (SC), quando este desabou e matou quatro inocentes: Pedra Borges (57 anos), Nádia Borges (39), Mário D´Ávila (49) e Nivaldo Fernandes (41). Estes morreram diretamente no acidente.
Quantos não morreram depois com o trauma emo-cional? Não sabe?
Como se não bastasse o falecimento das pessoas citadas, ainda tivemos vítimas não fatais, como os clientes: Arino Valvassori Colle, José Moacir Della Bruna, Ladair Colle e Nereu Domingos Dagostim. Além destes, estavam dentro da agência a serviço: Odilon Teixeira (meu irmão que perdeu parte dos dedos da mão direita), Carla Cristina Moraes, Ézio José Antônio, Giana Bortolotto, Ivonete Fernandes, Jorge Marcílio Cardoso, Jucinei de Souza Francisco, Maria da Glória De Villa Barcelos e Tiago Cardoso.
Qual o delegado que está cuidando desse processo hoje? Ele está cuidando mesmo ou nem sabe do que se trata o assunto que trago à tona?
Já se passaram cinco anos, 54 meses, 378 semanas, dois mil dias, mais de 48 mil horas e até agora o que foi feito? NADA! Hoje, 31 de janeiro de 2011, passaram-se dois mil dias desta vergonha nacional! Quem vai trazer os dedos do meu irmão de volta? NINGUÉM! Quem vai trazer Pedra Borges, Nádia Borges, Mário D´Ávila e Nivaldo Fernandes de volta para este mundo? NINGUÉM! Quando se apagarão da nossa memória as imagens daquele dia? NUNCA! Justiça neles! Ou será que vamos ter que esperar mais dois mil dias?