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quarta-feira, 16 de março de 2011

COLUNISTA - Elza de Mello



Aquém dos trilhos Vidas em Crônicas (8)

O telefone tocou e da voz suave de Jane Tibincoski, do outro lado da linha veio o con-vite: que tal falarmos de poesia na próxima segunda-feira, dia 14 de maio? Mentalizei a data e recordei – Dia Nacional da Poesia. E então o convite estava consolidado. Afinal, o que po-de haver de mais belo que uma poesia? O Dia Nacional da Po-esia é comemorado no nasci-mento de Castro Alves, o con-doreiro da poesia brasileira, o poeta dos escravos e, sobretu-do, o poeta romântico que sou-be expressar em palavras a ins-piração poética.
E o Dia Nacional da Poe-sia é dedicado aos que expõem en-tre rimas e versos o ser lírico, as emoções e sentimentos, a sensibilidade criadora. A po-esia que antigamente era em-balada ao som da lira, na voz de um seresteiro, ou em um madrigal. Atualmente os poe-mas fazem parte de um gênero literário e os poetas constroem a sua obra literária em versos livres, com ou sem rimas.
São textos que, se bem direciona-do no ensino-a-prendizagem se tornam um recurso didático-pedagógico. Vale lembrar que as rimas são de fácil memorização.
Depois pensei nos poemas ternos e sensuais de Maura de Senna que buscou nas belezas naturais da ilha de Florianó-polis, a poesia matuta, sensual e lírica jogada de seu cântaro de ternuras.
Maura é a mulher que deixa escorrer nos versos a sensuali-dade e o recato feminino. Então entrei pela porta entreaberta que o Dia Nacional da Poesia deixou escancarada e revi ver-sos inspirados de poesias que falam de coisas e de vidas iça-renses: não faz tanto tempo, eu lembro claramente/o giná-sio, o clube, as casas e a atriz/ somente a rua principal com calçamento/ e o içarense traba-lhador e feliz.
Pelo o-lhar poético a vida içarense dos anos ses-senta eram sonhos, com sonha-dores audaciosos que cons-truíam com labor entre as mui-tas casas, lares cheios de espe-ranças. E a esperança era perce-ptível nas cirandas que as cri-anças cantavam na boca da noite, na música que os adul-tos reviviam nas festas com as cantigas da tradição italiana, nas lições que os alunos estuda-vam com o desejo de serem os primeiros da classe, de ter um boletim com notas que fizessem os pais felizes.
Na casa organizada por mã-es e esposas dedicadas ao lar. Hoje: ...chinelos somando mais de cem anos/balançam na va-randa..../ o corredor range can-sado/das pisadas arrasta-das/no constante caminhar... do quarto, lembrando berçá-rio,/evola-se cheiro antigo:/naftalina, benjoim, alfa-zema e lavanda... é Sônia versejando a visão de um asilo . É a vida que enve-lhece na distância do sonho produ-zido. E minha cole-ga Leonarda com-pleta dizendo: vou buscando o meu es-paço / entre um riso ou um abraço/ deste povo que eu amei. E então a poetisa acordando do idílio sonoro da poesia perguntou: cadê aquele povoado daqui/ que marcou a minha infância adormecida?/e aquela ruazin-ha que existia li /no lugar dessa praça desconhecida?
Falar de poesia é falar lirica-mente em cada estrofe que a inspiração constrói e que a li-teratura guarda com carinho por muitas gerações.
Faz poema quem tem na al-ma as nuances da poesia e sabe musicar os dons que a natureza coloca em nosso berço ou em nossas vidas.
Parabéns a todos os poetas!
Até a próxima edição com mais um assunto de nossa terra, de nossa gente.

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