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quarta-feira, 16 de março de 2011

VARIEDADES - Içarense que teve câncer de mama pede direito à informação

Para Ivanete de March, os investimentos na área de pesquisa e tratamento do câncer de mama no Brasil são escassos e não têm acompanhado o crescimento do número de casos da doença.

(Bruna Borges/Jornal Içarense)

Integrante do grupo Ami-gas do Peito de Içara (AM-PI), Ivanete de March des-cobriu que estava com cân-cer de mama em 2008, fa-zendo a retirada do tumor logo em seguida.
“Desde 2007 vinha per-cebendo alteração em uma das mamas. Mas, devido à correria do dia-a-dia, não dei importância. Foi em um exa-me de rotina, em 2008, que descobri a doença”, conta a jovem.
O choque provocado pe-la notícia e as complicações em na saúde, decorrentes da doença, fizeram com que Ivanete se interessasse em pesquisar sobre o as-sunto. Agora, ainda em tra-tamento, ela deseja levar informações à população.
“Não quero apenas cons-cientizar as pessoas sobre a prevenção, que é essenci-al, sem dúvi-da. Mas, tam-bém manifes-tar nosso dire-ito à informação sobre pes-quisas relativas a este as-sunto tão sério e delicado”, ressalta.
Para Ivanete, o governo brasileiro deveria dar mais atenção à causa, disponi-bilizando verbas para pes-quisas e tratamentos.
“O número de casos de câncer de mama cresce dia-riamente. Segundo estatís-ticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 50 mil mulheres terão ou ti-veram câncer de mama só em 2010 no Brasil. Isto e-quivale a 137 novos casos por dia. É a principal causa de morte entre as mulheres. Em média, dez mil morrem todos os anos”, conta.
Durante as pesquisas, I-vanete descobriu que estu-dos que estão sendo feitos por laboratórios e univer-sidades brasilei-ras, a fim de en-contrar novos tratamentos con-tra o câncer, es-tão parados por falta de investimentos.
“Posso citar um exemplo bem próximo da nossa re-gião. Pesquisadores do Mestrado em Ciências Far-macêuticas da Univali/SC descobriram uma erva cha-mada São Simão, que pode ser uma esperança contra o câncer. Segundo a coor-denadora do mestrado, é necessário investimento fi-nanceiro para isolar as su-bstâncias em laboratório e dar continui-dade à pes-quisa”, relata a jovem.
Ivanete sugere que o go-verno brasileiro siga os passos do governo ameri-cano, que disponibiliza verba pública para pesqui-sas como, por exemplo, es-tudos com células-tronco. “Que seja descoberto pelo menos um tratamento mais eficaz e menos agressivo”, pede a jovem, que vem so-frendo com bateria de exa-mes desgastantes.
Para Ivanete, a informa-ção é a base inicial para to-do o processo de preven-ção e apoio. “Somos cida-dãos que cumprimos nos-sas obrigações, pagamos nossos impostos. Mas, não apenas por isso que o go-verno deveria dar mais a-tenção a esta doença, com estatísticas tão alarmantes, mas também por que so-mos seres humanos, com direito à vida”, enfatiza.
De acordo com Ivanete, o governo tem gastado mui-to com medi-camentos que, muitas vezes, não trazem os efeitos esperados e nem sempre estão disponíveis aos pacientes.
Faz parte das críticas da integrante da AMPI o fato de profissionais da Saúde dizerem que a mulher deve fazer a mamografia a partir do 35 anos e, antes disso, o exame de toque.
“Sabemos que isto não condiz com a realidade. O número de jovens com a doença é muito grande. Conheci garotas de 17 e 20 anos que tiveram. Sem con-tar que o fator de risco para as jovens é maior”, observa Ivanete, que completa di-zendo que 80% das mulhe-res não conseguem detec-tar o tumor com o exame de to-que, apenas quando já estav em um estágio avançado, o que pode ser “tarde de-mais”, ressalta.
Ivanete recomenda que as mulheres realizem a ma-mografia uma vez ao ano, a partir dos 25 anos.
A pesquisadora pede que haja mais empenho dos governantes, empre-sários e população, “pois a luta é de todos”.

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