(Arquivo/Jornal Içarense)
(Arquivo/Jornal Içarense)
A exoneração dos assistentes parlamentares da Câmara Municipal de Içara, feita pelo presidente da Mesa Diretora, Darlan Bi-tencourt Carpes (PP), gerou uma divisão dentro da Ca-sa Legislativa. Agora existe o grupo de sete vereadores descontentes com as medidas adotadas pelo presidente e o grupo de três vereadores que está na defensiva, formado pelo próprio presidente e pelos colegas que o apoiam, Acir-ton Costa (PMDB) e Neuzi Berto Silveira (DEM).
Entre a bancada do PP a revolta foi ainda maior, po-is os vereadores alegam que compromissos assumidos informalmente pelo presidente progressista, en-quanto candidato, não estão sendo cumpridos.
A reclamação foi levada pelo vereador Joaci Domingos Pereira (PP), o Boca, até a Executiva do partido, em reunião realizada na noite desta terça-feira, dia 15.
Boca entregou um ofício explicando que a Executiva havia determinado que os membros do partido deveriam votar em Carpes pa-ra a presidência da Mesa Diretora. “Ocorre que esta presidência assumiu informalmente compromissos que até a presente data não estão sendo cumpridos”, dizia o texto, sem explicar quais eram os acordos.
Através do documento, Boca expressou o descontentamento da bancada. “Os vereadores cumpriram o acordado, elegendo o vereador Darlan Carpes, o qual insiste em desobedecer ao que fora anteriormente definido”, escreveu.
Ao final do ofício, o vereador declarou “que até a data de hoje, nem a presidência do partido, tão pouco o vereador Darlan, tomaram qualquer atitude a fim de solucionar o entrave”.
O presidente do Legisla-tivo estava na reunião e, após as argumentações de Boca, deu a sua resposta. “Falei mais de 30 minutos. Expliquei para Executiva aquilo que já venho dizendo há algum tempo, sobre a auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de Santa Catarina, que constatou a existência de 63% a mais de cargos comissiona-dos do que efetivos na Câmara”, disse Carpes.
De acordo com o presidente, a determinação do TCE/SC “jogou por terra” os compromissos que havi-am sido feitos com os vereadores. “Quando assumi os compromissos, não sabia que o TCE/SC iria pedir providências quanto a-os comissionados. Não posso ficar com esta bomba na mão, que pode explodir no futuro”, ressaltou.
Carpes alega ainda que, durante a reunião, algumas pessoas foram favoráveis a ele, incluindo o presidente da Cooperaliança, Pedro Deonízio Gabriel.
“O Pedro Gabriel concordou comigo. Disse que eu não tinha outra saída”, conta Carpes.
Segundo o presidente do Legislativo, tanto ele quanto a Executiva do PP sugeriram que os vereadores descontentes fossem até o TCE/SC para tirar dúvidas. “Se eles acharem uma solução para o problema, junto com o TCE/SC, que não vá me comprometer no futuro, me disponho a re-contratar os assistentes”, prometeu Carpes.
O presidente do PP de Içara, Arnaldo Lodetti Ju-nior, avaliou a manifestação do vereador Boca como justa. “Mas, este é um assunto interno do partido. Durante a reunião houve as argumentações do Boca, do Darlan e as minhas. O vereador Boca disse que nós não nos reunimos para discutir o assunto e eu mostrei a ele que nos reunimos sim. Em seguida o presidente da Câmara deu as justificativas dele”, relatou Lodetti.
O líder do PP de Içara disse que não quer se manifestar sobre o assunto, por tratar-se de interesse interno do partido.
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