GERAL - Três médicos saem do HSD e deixam Pronto Socorro desfalcado

A dificuldade do Hospital São Donato na contratação de médicos, segundo o diretor técnico do hospital, se deve ao fato de os profissionais preferirem trabalhar no Programa Saúde da Família.

(Maso Nyetto/Jornal Içarense)

A escala de trabalho dos clínicos gerais do Hospital São Donato (HSD), em Içara, que estava 92% fechada no início do mês, teve redução de profissionais, segundo o diretor técnico Roberto Omono.
Três médicos se afastaram das funções no hospital, deixando o Pronto Socorro desfalcado.
O reflexo desta baixa foi percebido pelo morador do bairro Vila Nova, Jorge José Lima, que precisou levar a cunhada à Emergência na manhã desta quinta-feira.
“Ela estava com a pressão muito alta, não podia nem andar. Tínhamos que carregá-la. Chegamos ao Hospital São Donato por volta das 7h30min. Lá eles comunicaram que não havia médico. Então, tentamos no Pronto Atendimento 24h da Próspera, que também não tinha médico. Foi ai que nos dirigimos até o Hospital São José, onde, na mesma hora, a atenderam e medicaram. Depois de uns 20 minutos ela já estava boa para ir embora”, conta Lima.
O diretor técnico do HSD explica que a paciente de-veria ter sido dirigida primeiro a um posto de saúde. “Falta orientação para a população. A prefeitura deveria divulgar e fazer campanhas para esclarecer que, nestes casos, as pessoas devem procurar as unidades de saúde, que possuem médicos à disposição. Pois, se elas forem direto ao Pronto Socorro, co-mo acontece normalmente, acaba sobrecarregando o hospital, que já está passando por problemas devido ao fato de os médicos estarem recusando trabalhar na emergência”, diz.
De acordo com Omono, a situação está piorando tanto no HSD, quanto em toda a região. “A falta de médicos é geral”, comenta.
O diretor esclarece que a Administração Municipal deve manter os postos funcionando no horário comercial. “A prefeitura não está nos auxiliando com o Pronto Socorro e os postos de saúde não estão funcionando as oito horas que deveriam”, reclama.
A gestora de Saúde da Administração Municipal, Mira Dagostin, já havia falado sobre o assunto em re-união na Câmara Munci-pal no dia 22. “Este é um problema que já acontece há muito tempo e em todos os municípios da região. Os médicos só aceitam trabalhar seis horas por dia. O Ministério Público já interveio. Mas, até hoje nada mudou”, explicou Mira.
O diretor técnico do HSD diz que a equipe está fazendo o possível para contratar novos profissionais. Porém, “ninguém quer”.
“Peço que médicos entrem em contato conosco para trabalhar no HSD. A prefeitura, além de não nos ajudar a conseguir profissionais, ainda tira os nossos, oferecendo trabalho nas unidades de saúde”, adverte Omono.