Aquém dos trilhos Vidas em Crônicas (26)
O desfile de Sete de Setembro que marcou o cinquente-nário de emancipação político administrativo de Içara, foi planejado com muito esmero pela Secretaria de educa-ção, e também por entidades do Município. Mas o desfile que prometia novidades, foi adiado pela chuva que cas-tigou Içara e Santa Catarina durante toda a semana. E co-mo foi adiado o desfile, não houve como segurar muitas das pessoas convidadas a participarem do evento no Centro do município e também no Balneário Rincão.
A data do desfile chocou com a festa do padroeiro da Igreja Matriz São Miguel, de Vila nova, e as comunidades como Barracão e Sanga Funda se dividiram entre a missa e o desfile, esvaziando-se as presenças nos pelotões do desfile. Foi uma pena! Mas, mesmo assim, cada comuni-dade pode mostrar um pouco do fazer político pedagógico ao longo da vida sócio-educativa. Afinal, todas as pessoas passam por uma escola alfabetizadora, de preferência perto da residência, até tomar voo para outras institui-ções educacio-nais na região.
E assim, cada escola mostrou no seu release a sinopse de sua história.
Imbuída ao fa-zer da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Fernandes Silveira, pude me-ditar sobre a trajetória de vida naquela localidade. Ainda no início do Século 19, a escola funcionava pelos cuidados físicos e financeiros dos pais e moradores daquela comu-nidade içarense.
As famílias de Florentino e Joaquim Réus patrocinaram a escola para dar o conhecimento da leitura e da escrita aos familiares. Depois, a escola foi transferida para os cuidados de Luiz Pacheco, já como escola pública com re-gistro na Administração Municipal de Araranguá e com regência de Elias Francisco Pacagnan. Com a emancipação do município de Criciúma e a transferência do Professor Elias para Sanga da Toca, no município de Araranguá, houve a admissão da professora Joana da Rosa, a saudosa Dona Noca, até o incêndio da casa- escola, quando o ter-reno de Luiz Pacheco passou para Pedro Bortolatto.
Com o incêndio da escola, as crianças da época, filhos de José Fernandes Silveira tiveram de terminar o não le-tivo em outras localidades. Outros, devido a distância de outras escolas, deixaram de estudar. Então, no ano se-guinte, José Fernandes Silveira procurou a Administração Municipal de Criciúma e doou o terreno para a construção da escola. Ele tomou também a responsabilidade de hos-pedar a professora designada, uma jovem professora, Mística Giassi. Seguiu-se as irmãs Terezinha e Dorilda Mattos, entre outras que ajudaram a construir a história daquela unidade de ensino.
Depois houve a adesão de familiares de José Fernandes Silveira na educação: as filhas Elza e Onésia; a nora Elza e as netas Marilzete, Geovanea e Márcia Beatriz que é, a-tualmente, a diretora daquela unidade escolar. São gera-ções seguidas de educadoras e também gerações de edu-candos que tomaram os lugares na sociedade içarense, ou em espaços nacionais e internacionais.
O desfile de Sete de Setembro, aos cinqüenta anos da e-mancipação de Içara trouxe a presença de vereador Joaci Domingos Pereira, do Prefeito Municipal Gentil Dory da Luz, da professora e ex-secretária de educação Ione da Luz Fernandes, da diretora Márcia Beatriz Fernandes como uma mostra da atuação no espaço municipal. Porém, como educadora, eu relembrei num relance a importância da história da escola que nasceu em registros oficiais em 01/03/1943 nº 0000378, código do IBGE 42.703.010.700.705, na localidade de Sanga Funda.
Aquém dos trilhos do trem, há toda uma história há contar com inesgotáveis assuntos e inúmera biografias de educadores e educandos que fizeram, fazem e farão novas histórias a cada dia com a sua participação pelo progresso de Nossa Terra e de Nossa Gente.
Até a próxima edição com mais novidades.
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