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terça-feira, 30 de junho de 2009

ESPAÇO LIVRE - Entre dois amores

Eu sei, não posso admitir, sou içarense, não quero perder nada, quem dirá terras.

Terra é motivo de guerras, conflitos familiares, rompimento de sociedades e amizades.

Quem quer perder? Quem quer dividir? Emancipar o Balneário Rincão é perder território. Içara será um pedacinho de terra às margens da BR 101.

Água doce, água salgada, dunas, verão, o IPTU.

Isto tudo é o racional, aplicável, o rentável. Mas como estão vivendo os moradores do Rincão? Esperando o verão para ver algumas melhorias, que não passam de maquiagem.

Pela razão, não à emancipação, mas pelo olhar humanitário, sim à emancipação; o que nos adianta ter, mas não ter?

Algo precisa ser feito com urgência de catástrofe.

É só ir lá para presenciar os anos de abandono. Há uma legião de adolescentes vivendo a sua própria sorte, morando de favores com avós, tios, vizinhos por qualquer rusga estão na rua. Famílias se formam e desformam a um piscar de olhos, filhos, quantos filhos a mercê do diabo. Adolescentes sem perspectivas, sem rumo, muitos encontrando guarita nas drogas.

A coisa é séria. O crack é “pandemia”. Muitos trabalham sob o efeito da droga. Ir para escola depois de certa idade, só a passeio. Reprovações, desistências, a escola é a ultima opção.

Hoje a rotatividade de moradores é muito grande. Uma duna, cinco tábuas já tem um morador novo, quem esta lá para impedir?

O que isto tem a ver com a emancipação? Tudo. O Balneário Rincão precisa que o Poder Público instale em definitivo, um conselho tutelar fixo e bem estruturado. Assistência social próxima e presente.

Se não houver uma mudança na forma de encarar a administração do Balneário Rincão corremos o risco de criarmos um novo Rio de Janeiro, só no que se refere às favelas, é claro.

Dorís Iolanda Dagostin dos Santos - Professora

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